Johnny Depp está a processar a ex-mulher Amber Heard por difamação, num julgamento que tem sido super mediático em todo o mundo. O ator pede uma indemnização de 50 milhões de dólares (o equivalente a 46 milhões de euros) pelo artigo de opinião que Heard assinou no jornal “The Washington Post”, em 2018.
Nesse texto, a atriz e modelo relata as suas alegadas experiências enquanto vítima de violência doméstica. Apesar de nunca mencionar o nome de Depp, os advogados do ator dizem ser claro de que as acusações se referem ao ex-marido, e que isso tem afetado a sua reputação e carreira. Antes do artigo, Heard já tinha acusado publicamente Johnny Depp de a agredir e estrangular em episódios violentos e voláteis.
Algumas sessões depois do início do julgamento, foi declarado que, afinal, o texto que está na origem de todo o processo de difamação não terá sido escrito por Amber Heard. Durante a audiência de quinta-feira, 29 de abril, em que se ouviu o depoimento de Terence Dougherty, conselheiro geral da União Americana das Liberdades Civis (ACLU), soube-se que foi o organismo que compôs o artigo assinado com o nome de Heard, refletindo o seu papel como embaixadora desta associação em questões de violência de género.
O artigo, segundo Dougherty, foi revisto tanto pelo gabinete jurídico da associação como pelos advogados da atriz, já que se pretendia que não fosse contra o acordo de confidencialidade que esta tinha assinado no âmbito do divórcio. Já a data de publicação foi, confirmou a mesma testemunha, escolhida para coincidir com o lançamento do filme “Aquaman”, que chegou às salas norte-americanas a 21 de dezembro de 2018 e representou um momento importante na carreira da atriz.
Esta foi a primeira vez, desde o início do julgamento, que o texto que motivou todo o processo foi debatido com maior cuidado, uma vez que os testemunhos se têm focado sobretudo na vida conjugal do ex-casal. Ainda assim, durante a sessão, Terence Dougherty foi questionado sobre os 3,5 milhões de dólares (3,3 milhões de euros) que Amber Heard se comprometeu a doar à ACLU, depois de ter acordado os termos do divórcio. O conselheiro terá respondido que a instituição recebera 1,3 milhões de dólares: 350 mil pagos diretamente por Amber Heard; 100 mil, através de Depp; e 850 mil através de um fundo de doadores, entre os quais estaria Elon Musk, fundador da Tesla.
Leia o artigo da NiT que conta a história de vida de Amber Heard, desde o anonimato até ao centro de Hollywood.