O filme “Ainda Estou Aqui”, do realizador brasileiro Walter Salles, saltou de imediato para o primeiro lugar das bilheteiras portuguesas. No fim de semana de estreia, que aconteceu a 16 de janeiro, a produção somou mais de 37 mil espetadores, segundo os dados do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA).
Entre quinta-feira e domingo, a longa metragem protagonizada por Fernanda Torres, vencedora do Globo de Ouro para Melhor Atriz em Drama, superou lançamentos de blockbusters como “Mufasa: O Rei Leão”, “Sonic 3: O Filme” ou “Vaiana 2”. Ao todo, durante estes quatro dias, o filme esteve em exibição em 83 salas de cinema em todo o País e esgotou dezenas de sessões. A par do número de espetadores, a produção totalizou quase 250 mil euros de receita de bilheteira.
A obra retrata a comovente história verídica de Eunice Paiva, interpretada por Torres. A narrativa centra-se no desaparecimento do seu marido, o ex-deputado Rubens Paiva, encarnado por Selton Mello, durante a ditadura militar no Brasil, e na incansável busca de Eunice por respostas e justiça.
O filme baseia-se no livro homónimo de Marcelo Rubens Paiva, filho de Eunice e Rubens, que relata as experiências da sua família durante este período sombrio da história brasileira. A trama foca-se na força e resiliência de Eunice, mãe de cinco filhos, que após o desaparecimento do marido em janeiro de 1971, enfrenta o regime autoritário e ousa procurar esclarecimentos sobre o seu paradeiro.
Fernanda Torres, em entrevista à CNN Brasil, descreveu a obra como um filme “sobre a memória”, algo que “propõe uma reflexão sobre a distopia de uma ditadura e de um estado autoritário através de uma família e do afeto”. Em todas as entrevistas que tem dado, a atriz enfatiza principalmente a importância de abordar temas relacionados com o autoritarismo e as consequências que provoca nas famílias mais afetadas.
“O filme não é sobre os revolucionários, a esquerda, a guerrilha contra a ditadura. É sobre uma família, o que todos podem se relacionar”, contou à “Elle”. “É sobre afeto e sobre pensar em afeto num mundo cheio de raiva e de ódio.”
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