Em janeiro de 2021, o ator norte-americano Armie Hammer, de 36 anos, foi acusado por várias mulheres de ter tido comportamentos sexuais perturbadores relacionados com um fetiche de canibalismo. Isso levou-o a abandonar diversas produções, os seus agentes deixaram de trabalhar consigo e tornou-se uma persona non grata em Hollywood.
Dois anos depois após o escândalo, o ator falou pela primeira vez das acusações numa entrevista ao “Air Mail”, publicada esta sexta-feira, 3 de fevereiro. Nas declarações, Hammer confessou que a origem da sua conduta problemática está ligada ao abuso sexual de que foi vítima durante a infância.
“A sexualidade foi-me apresentada de uma forma assustadora em que eu não tinha controlo. Os meus interesses passaram a ser: quero ter controlo na situação, sexualmente”, contou, alegando ter sido violado por um padre aos 13 anos.
“O que isso fez por mim foi introduzir a sexualidade na minha vida de uma forma que estava completamente fora do meu controlo. Estava impotente naquela situação”, acrescentou. Hammer contou sobre o abuso a um amigo, que já morreu; e à madrinha, Cadance Garvey — que corroborou a história à mesma publicação.
O ator falou ainda sobre a forma como as acusações o levaram a contemplar o suicídio: “Entrei no oceano, nadei o mais longe possível e esperei afogar-me, ou que fosse atropelado por um barco, ou comido por um tubarão. Depois, percebi que os meus filhos estavam na praia e que não lhes podia fazer isso.”
Armie Hammer é pais de dois miúdos, Ford, com seis anos; e Harper, com oito, que nasceram do seu casamento com Elizabeth Chambers. A esposa acabou por pedir o divórcio após as acusações, durante as quais foram divulgadas mensagens trocadas entre o ator e as alegadas vítimas.
O caso inspirou uma série documental intitulada “House of Hammer”, que estreou no dia 15 de novembro na HBO Max. O projeto original da plataforma de streaming Discovery+ teve acesso exclusivo a revelações impressionantes e leva os espectadores ao interior da obscura família Hammer — que conta com cinco décadas de alegados abusos de poder — durante três horas.