“Uma das experiências mais extraordinárias da minha carreira.” Foi assim que, em conversa com a Fórmula 1, Brad Pitt descreveu o seu trabalho em “F1”, o seu novo filme que estreou esta quinta-feira, 26 de junho, nos cinemas.
O ator, vencedor de dois Óscares, interpreta Sonny Hayes, um ex-piloto que regressa ao desporto para fazer dupla com o novato Joshua Pearce (Damson Idris) na equipa fictícia APXGP — que se junta às 10 equipas reais do paddock.
As filmagens decorreram em eventos reais da modalidade, incluindo o Grande Prémio de Abu Dhabi de 2024. Para o papel, teve uma preparação árdua que incluiu conduzir carros a alta velocidade, o que, muitas vezes, o deixou a temer pela própria vida.
“Quando começas, ganhas segundos por volta. Com o tempo, passas a lutar por décimos,” disse Pitt nas notas oficiais de produção do filme. “O primeiro mês é só aprender a confiar no carro — que vai agarrar ao chão, que vai travar, mesmo quando te parece que vais bater. Quanto mais confias, mais ele agarra, mais depressa fazes as curvas — mesmo quando tudo no teu corpo grita: ‘Não. Não. Vai derrapar’.”
Desde miúdo que o norte-americano adora ver corridas na televisão e, nos anos 90, começou a seguir o MotoGP. Depois, foi migrando para a Fórmula 1. “Agora, estamos aqui”, disse à “F1 TV”.
Há duas décadas que Pitt tentava fazer um filme deste estilo, quer fosse com motas ou carros. “Por uma razão ou outra, nunca avançou”, lamenta. O sonho finalmente começou a materializar-se quando foi abordado por Joseph Kosinski, o realizador da obra.
“Desta vez tivemos um grande apoio, o interesse pelas corridas cresceu, e conseguimos que a Apple embarcasse no projeto. O Joe Kosinski e o Jerry Bruckheimer, que tinham acabado de fazer o ‘Maverick’, disseram: ‘Queremos fazer o filme de corridas mais realista de sempre’ — e acho que conseguimos”, conta ele que também é um dos produtores.
Para garantir o realismo, tanto Brad como Idris conduziram os carros em pista, ao lado de pilotos profissionais, em vários circuitos do calendário oficial da F1. “Acho que, quando o filme estrear, será inegável que somos mesmo nós a conduzir. Não estamos num estúdio com ventoinhas.”
As gravações tornaram-se ainda melhores quando Lewis Hamilton entrou na pista — é, atualmente, um dos grandes ídolos do ator. “Todos deram o seu contributo, mas ele é o mestre e ajudou-nos a criar algo especial. É divertido, emocionante e aventureiro.”
O piloto também ajudou o elenco ao longo de toda a preparação. Normalmente, os profissionais deste desporto começam, por volta dos seis anos, nas corridas de kart e evoluem ao longo dos anos. Pitt, de 61 anos, e Idris, de 33, tiveram apenas alguns meses para aprenderem tudo o que precisavam. “Eles são viciados em adrenalina”, disse Hamilton ao mesmo meio.
Embora fosse novato na modalidade, Pitt já tinha alguma experiência atrás do volante: um dos seus passatempos favoritos inclui conduzir pelas montanhas. “Já tinha um conhecimento razoável, mas pouca experiência real de condução numa pista”, confessa o ator.
Os protagonistas do filme começaram o treino com carros desportivos e, depois, passaram para os veículos de um lugar — até chegaram, finalmente, aos carros de Fórmula 3 e Fórmula 2.
Ao longo das gravações também contaram com a ajuda de Craig Dolby e Luciano Bacheta, ambos ex-pilotos profissionais. Inicialmente, comunicavam com os atores através de um sistema de rádio com microfones abertos. Com o tempo, passaram a falar cada vez menos, incentivando Pitt e Idris a pensarem por conta própria e memorizarem os detalhes do circuito — uma preparação essencial caso a via de comunicação falhasse durante um take.
Após dominarem o básico, avançaram para as corridas lado a lado, até mesmo em curvas. Bacheta pedia que Pitt o ultrapassasse e o ator “ficava bastante competitivo, o que às vezes era assustador”, revelou o instrutor ao “The New York Times”. Chegaram, até, a simular “corridas fictícias” onde o protagonista tinha de manter a liderança sem deixar o ex-piloto passar.
“Eu dizia-lhe que tinha de me procurar no espelho retrovisor. Queria que ele se defendesse como se não houvesse regras. Se ele me quisesse empurrar para a relva, podia fazê-lo”, recorda. “A responsabilidade de evitar a colisão era minha.”
Agora que a obra já chegou aos cinemas, acompanhada pelos aplausos do público, revela que não sabe o que vai fazer a seguir. “Nada se vai comparar a esta experiência. É um sonho tornado realidade.”
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