As competições de ténis podem ter um papel relevante, mas a génese de “Challengers” reside no desejo sexual quase palpável que existe entre os protagonistas. Isto é algo que se sabe desde que foi lançado o escaldante primeiro trailer, onde os atores Mike Faist, Zendaya e Josh O’Connor se beijam a três. A obra realizada por Luca Guadagnino chegou esta quinta-feira, 25 de abril, às salas de cinema portuguesas.
“Acho que devíamos mudar o título para ‘Codependência: O Filme'”, brincou Zendaya, durante uma entrevista à CNN. A atriz interpreta Tashi Duncan, uma antiga estrela do ténis que se tornou treinadora. Tanto dentro como fora do campo, é uma mulher verdadeiramente implacável e que faz o que for preciso para alcançar os seus objetivos.
A it girl contracena com Mike Faist (“West Side Story”) e Josh O’Connor (“The Crown”). Faist interpreta o marido de Tashi. Art, assim se chama, é também um campeão de ténis que está atualmente numa maré de derrotas. Já O’Connor encarna Patrick, o seu antigo melhor amigo e ex-namorado da treinadora. Os três vão compor um triângulo amoroso.
“É como se os estivéssemos a acompanhar em tempo real. Vemos as vidas deles a estabilizarem e, de repente, tudo se começa a desmoronar”, acrescentou a vencedora de um Globo de Ouro, em 2023, pela série da HBO “Euphoria”.
As personagens são, acima de tudo, realistas. Ou seja, não são perfeitas e, tal como todos nós, tomam algumas decisões que são muito questionáveis. Na obra de Guadagnino, complexidade é palavra de ordem. “Adoro-os e odeio-os. Estou muito em conflito com as coisas que eles escolhem dizer e fazer uns aos outros. Mas, numa última análise, é isso que cria personagens fortes e marcantes”, realça a atriz de 27 anos.
Zendaya sentiu-se motivada a aceitar este papel graças à maturidade da treinadora. Durante grande parte do filme, Tashi é apresentada como uma mulher mais velha que também é uma esposa e mãe. Normalmente, a atriz interpreta estudantes do secundário, como Rue em “Euphoria” e MJ na mais recente saga de “Homem-Aranha”.
“Quando li o guião não gostei da Tashi, mas à medida que a fui interpretando consegui ganhar mais empatia e percebi-a melhor. Seria muito fácil torná-la na vilã, mas ela tem muito mais que se lhe diga”.
Esta mudança na forma como vê a sua personagem também aconteceu com Josh O’Connor, que com o passar do tempo percebeu que Patrick era profundamente complexo. “A codependência dele é muito impactante, mas, ao mesmo tempo, bonita.”
Tal como acontece noutras obras de Luca Guadagnino, nomeadamente “Suspiria”, “Eu Sou Amor” e “Chama-me Pelo Teu Nome”, em “Challengers” o desejo sexual está no centro da narrativa. Quanto à colaboração com o realizador, os atores não poupam nos elogios.
“Estar ao pé do Luca ajudou-me a sentir-me mais confiante. Também quero começar a aprender mais sobre a magia atrás das câmaras e esta foi a altura perfeita para o fazer porque ele é um génio e a minha voz era ouvida”, disse a atriz norte-americana.
A preparação para os papéis foi árdua para os três protagonistas. Ao longo de 12 semanas, tiveram de treinar com profissionais de ténis e tinham planos estritos de exercício físico, para manter as cenas do filme o mais reais possível. “Tivemos de desenvolver o nosso corpo para que se assemelhasse aos dos profissionais do ténis.”
“Challengers” conta atualmente com uma pontuação de 93 por cento no agregador de críticas Rotten Tomatoes, com base em 103 avaliações. “Tal como ‘Chama-me Pelo Teu Nome’ fez com Chalamet, esta é uma daquelas raras obras que anunciam com firmeza a chegada de uma nova geração de estrelas de cinema”, escreveu a Associated Press.
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