É um plano curioso aquele que Michael Mann tem preparado para os próximos anos, depois de ter visto a sua “Tokyo Vice” ser um sucesso na HBO . O produtor, realizador e argumentista quer voltar atrás no tempo e revisitar o êxito de 1995, “Heat”.
O filme de ação que reuniu no elenco Al Pacino, Robert de Niro e Val Kilmer vai dar origem a “Heat 2”, mas ao contrário do que o nome poderá indicar, a produção será uma prequela. Isto é, vai focar-se nos acontecimentos que antecedem o filme original — mais concretamente na vida do polícia Vincent Hanna (Pacino) e Chris Shiherlis (Kilmer).
Há, no entanto, outra peculiaridade neste projeto. A nova história será publicada já este verão em livro, apesar da intenção de levar o filme até aos cinemas. “Está tudo planeado para que seja um filme”, revela Mann em entrevista à “Empire”. Não quer, contudo, replicar o formato de série que funcionou tão bem para si em “Tokyo Vice”.
“Será um filme modesto? Não. Será uma série muito dispendiosa? Não. Vai ser um filme longo”, explica. O original tinha também uma duração de perto de três horas.
De fora dos planos, por motivos óbvios, está o regresso dos atores originais. “Adoro-os, mas teriam que ser seis anos mais novos do que eram no filme original”.
Sobre o sucesso do filme, mesmo após mais de duas décadas, Mann explica que “se sustentou na cultura”. “Podia iludir-me e pensar que todo o mundo conhece o filme, mas quando vês a proeminência do ‘Heat’ no aluguer de vídeos durante os últimos 20 anos, percebes que tem pernas para andar. As pessoas continuam a vê-lo, a falar sobre ele. É uma marca, um universo Heat, de certa forma. E isso justifica que se faça um enorme e ambicioso filme.”
Por enquanto, os fãs terão que se contentar com a versão em papel, algo que Mann não descura. “É fascinante a possibilidade que um livro permite de mergulharmos profundamente nesse mundo”, nota. “É um formato que me permite ter uma arena ainda maior.”