Travis Scott já era um dos rappers mais populares nos Estados Unidos antes de lançar “Astroworld”, o seu terceiro álbum, em 2018. No entanto, esse disco elevou-o para o estatuto de artista com reconhecimento internacional. Uma das várias ações que acompanharam o lançamento foi a organização de um festival com o mesmo nome em Houston, a sua cidade natal, no estado do Texas. Vários nomes grandes da indústria integraram esse cartaz.
As edições de 2018 e 2019 decorreram com sucesso, mas a iniciativa de 2020 foi cancelada devido à pandemia da Covid-19. O ano seguinte, de regresso aos concertos, era suposto ser uma celebração de música e vitalidade. No entanto, logo na primeira noite, deu-se uma debandada geral durante o concerto de Travis Scott, resultando na morte de 10 pessoas por asfixia. O caso é agora contado em “Desastre Total: A Tragédia de Astroworld”, um documentário que chegou à Netflix a 10 de junho.
Tudo estava a correr bem quando, de repente, uma súbita corrida para o palco provocou a queda e sucessivo atropelamento de vários espectadores. Muitos deles viram-se presos e espezinhados pela multidão que, no frenesim, não reparou sequer no que estava a acontecer. Os espectadores que repararam, nada puderam fazer.
Enquanto tudo isto acontecia, o artista continuou a atuação. Mais tarde diria que não se apercebeu do incidente devido ao barulho e aos efeitos pirotécnicos do palco, mas a reação dos meios de comunicação e de boa parte do público foi impiedosa.
O seu pedido de desculpas foi considerado desonesto e os problemas de segurança de Astroworld foram apontados como um sintoma de uma cultura de dinheiro fácil à custa do bem-estar dos espectadores. Para piorar as coisas, o seu historial de incitamento nos concertos para que os presentes se comportassem de forma o mais descontrolada e livre possível caiu-lhe em cima.
As consequências foram imediatas: Travis Scott e os organizadores do festival foram confrontados com mais de 300 ações em tribunal, além de serem alvo de uma investigação policial. O rapper viu as suas colaborações com as marcas Dior e Nike serem canceladas e os Houston Rockets, a equipa de basquetebol da sua cidade, abortaram um dia planeado em sua homenagem. A sua atuação como cabeça de cartaz no festival Coachella de 2022 foi também retirada do programa e “Utopia”, o álbum que já tinha anunciado, ficou na gaveta da editora.
No entanto, e ao contrário do que muitos esperavam, a tragédia não ditou o fim da carreira do artista de 34 anos. Leia o artigo da NiT para saber como o norte-americano conseguiu voltar ao topo das tabelas após o incidente.
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