Cinema

De maestrina a mercenária: Cate Blanchett é a nova estrela de ação do cinema

É a protagonista de "Borderlands", que estreia esta quinta-feira, 8 de agosto, em Portugal. As gravações foram "esquizofrénicas".
Pode não vir aí um Óscar, mas vai ser um sucesso comercial.

Com uma trajetória repleta de conquistas e dois Óscares no seu histórico, Cate Blanchett já atingiu um patamar em Hollywood que lhe permite expressar opiniões críticas sem receios de repercussões negativas. Em “Borderlands”, que estreou esta quinta-feira, 8 de agosto, nas salas de cinema nacionais, lutou arduamente para mudar o cabelo da sua personagem, Lilith. 

Inicialmente, a personagem tinha um visual muito contido, o que não fazia sentido para Blanchett, uma vez que a protagonista é caracterizada por um carisma forte e um estilo extravagante. “A cor da peruca era um rosa muito suave e não gostei. Portanto, insisti que me dessem uma em tom vermelho fluorescente. Todos estavam um pouco apreensivos no início, mas sabia que ficaria espectacular sob as luzes. Fico feliz por ter insistido”, revelou à “Entertainment Weekly”.

“Borderlands” é baseado num fenómeno do gaming qnum fenómeno da indústria dos videojogos que, desde 2009, com apenas três jogos lançados, já arrecadou mil milhões de euros. A narrativa segue uma caçadora de tesouros que retorna ao seu planeta natal em busca da filha de Atlas, o criminoso mais temido do universo. 

De forma inesperada, a protagonista une forças com Roland, um soldado em busca de redenção; Tiny Tina, uma pré-adolescente intrépida e especialista em explosivos; Krieg, o protetor forte e enigmático de Tina; Tannis, a cientista que já realizou experiências de todos os tipos; e Claptrap, um robô que adora ser o centro das atenções.

O grupo de heróis improváveis enfrenta monstros alienígenas e bandidos perigosos na sua missão de localizar e proteger a jovem desaparecida, que pode ser detentora da chave para um poder inigualável.

Este estilo de personagem não é o que se espera de Cate Blanchett, de 55 anos. Anteriormente, a atriz conquistou Óscares com performances em “Blue Jasmine” e “O Aviador”, onde as suas atuações eram menos exuberantes. Contudo, a australiana confessa que sempre se sentiu atraída por papéis que a levassem a explorar facetas “mais excêntricas”.

Integrar o elenco de “Borderlands” também foi, para Blanchett, um desvio divertido após os desafios da pandemia de Covid-19. “Passava muito tempo no jardim a usar a motosserra de uma forma demasiado livre e despreocupada. O meu marido disse-me que este filme poderia salvar a minha vida”, brinca em conversa com a “Empire”.

Para se preparar para o papel, optou por uma abordagem expectável e passou várias horas a jogar o videojogo. “Os meus polegares mal conseguem manusear um telemóvel, mas decidi comprar uma PS5 e joguei com o Andrew [o marido].” A atriz tinha como objetivo compreender melhor a personalidade da sua personagem e o porquê da devoção dos fãs a este universo. “Fiquei bastante fascinada por este mundo, pelos cosplayers e pelos tutoriais de maquilhagem no YouTube.”

As filmagens ocorreram em Budapeste na primavera de 2021, antes da atriz se deslocar para Berlim para rodar “Tár”, que acabaria por receber seis nomeações ao Óscar, incluindo Melhor Filme. Durante os intervalos das filmagens, costumava encenar que era uma maestrina a reger uma orquestra, vestida como Lilith e com pistolas.

Blanchett descreve a troca entre personagens como “extremamente divertida”. “Durante os fins de semana, ouvia as sinfonias de Mahler enquanto tinha aulas de piano. Depois, voltava à minha rotina diurna, que consistia em correr, dar socos, pontapés e saltar. Foi uma experiência muito surreal, mas sentia-me livre”, contou à “USA Today”.

O elenco conta ainda com Jamie Lee Curtis, Kevin Hart, Jack Black, Ariana Greenblatt e Edgar Ramírez, entre outros. “Somos um grupo muito variado, tanto na vida como na nossa arte. Acredito que ninguém qualificaria ‘Borderlands’ de arte, mas é inegavelmente divertido”, comentou.

A realização ficou a cargo de Eli Roth, com quem Blanchett colaborou anteriormente em “O Mistério da Casa do Relógio”, uma produção que arrecadou 125 milhões de euros com um orçamento de apenas 36 milhões. “Esta combinação é como misturar ‘Elizabeth’ e ‘Hostel’, ‘Tár’ e ‘Thanksgiving’. Já a viram a manusear uma batuta, mas esperem até a verem com uma pistola”, descreveu conta o cineasta de 52 anos à “Empire”.

Carregue na galeria e conheça algumas das séries e temporadas que estreiam em agosto nas plataformas de streaming e canais de televisão.

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