Denis Villeneuve, além de estar a trabalhar afincadamente para nos trazer a melhor versão possível de “Dune”, está também preocupado com o amanhã do cinema. O canadiano diz que o futuro da indústria está nas salas IMAX.
O comentário surge na senda do sucesso, este verão, de filmes como “Oppenheimer” de Christopher Nolan e “Barbie” de Greta Gerwig. Em entrevista à Associated Press, Villeneuve — criador de êxitos como “Arrival” ou “Blade Runner 2049” — revelou que sempre esperou que “Oppenheimer” alcançasse um sucesso financeiro. No entanto, confessou que a enorme receita de bilheteira superou até as suas previsões mais otimistas.
“Ultrapassou, em muito, as minhas projeções. E é um filme de três horas sobre pessoas a falar de física nuclear”, realçou Villeneuve. Segundo o cineasta, o IMAX e as projeções em filme de 70mm contribuíram significativamente para o sucesso de “Oppenheimer”, que proporcionou aos fãs uma experiência impossível de replicar em casa — pelo caminho, o formato ajudou os distribuidores a poderem cobrar preços mais elevados por bilhete.
Villeneuve explicou que acredita que o uso de formatos grandes como o IMAX, que permitem transformar o visionamento de um filme num grande evento, como o caminho certo a seguir pela indústria cinematográfica. “O futuro do cinema é o IMAX e os formatos grandes. O público quer ver algo que não pode ter em casa, que não ver em streaming.”
Quanto aos seus trabalhos, o segundo “Dune” estava inicialmente agendado para estrear este outono, mas sofreu um adiamento para 2024 devido a uma recente reorganização do calendário de lançamentos da Warner Bros. No entanto, o nomeado ao Óscar já pensa em futuras sequelas da saga de ficção científica. Neste momento, está a reunir ideias para um possível terceiro filme de “Dune” que se inspiraria no livro de Frank Herbert, “Dune Messiah”.
“Conseguir fazer uma trilogia, esse seria o sonho”, revelou Villeneuve. “‘Dune Messiah’ foi escrito como reação ao facto de as pessoas verem Paul Atreides como um herói, o que não era de todo a sua intenção. A minha adaptação está mais próxima da sua ideia de que é, na verdade, um aviso.”