Cinema

Filme português que ganhou um prémio no Festival de Cannes já está no streaming

"Grand Tour", de Miguel Gomes, venceu o troféu de Melhor Realização e foi elogiado por vários jornais e revistas internacionais.

Depois de receber o prémio de Melhor Realização na 77.ª edição do Festival de Cannes, que decorreu em 2024, Miguel Gomes entregou o telemóvel a um colega para não ter de lidar com a onda de mensagens e telefonemas que sabia que iria receber. Com “Grand Tour”, o cineasta de 52 anos fez história ao tornar-se no primeiro português a conquistar este troféu.

Em Portugal, o filme chegou aos cinemas a 19 de setembro do ano passado. Depois de aproximadamente quatro meses, o título chegou a 31 de janeiro ao streaming, mais especificamente à Max.

Ambientado no início do século XX, o enredo centra-se na vida de Edward (Gonçalo Waddington), um funcionário do império britânico que, no dia do seu casamento, decide escapar da noiva, Molly (Crista Alfaiate). “Contemplando o vazio da sua existência, o covarde Edward questiona-se sobre o que poderá ter acontecido a Molly. Determinada a seguir o noivo que fugiu, e com o desejo de se casar, Molly inicia uma jornada em busca dele através deste ‘Grand Tour’ asiático”, lê-se na sinopse.

Para dar vida à sua narrativa, Miguel Gomes reuniu um extenso arquivo das viagens a países como Myanmar, Vietname, Tailândia e Japão, captando as imagens e sons contemporâneos que compõem a atmosfera do filme, que decorre em 1918. As filmagens dos momentos em que os atores contracenam ocorreram em estúdios em Lisboa e Roma, enquanto os restantes cenários — como a selva da Tailândia e o quotidiano na China — foram gravados antes do início das gravações em set.

A produção de “Grand Tour” começou a ser desenvolvida em 2020 e levou cerca de quatro anos até estar finalizada. O processo não esteve isento de desafios, sendo que a pandemia foi o principal obstáculo. Inicialmente, o plano era filmar na China, porém, devido às restrições sanitárias, essa opção tornou-se inviável. Em vez disso, o realizador contratou uma equipa local para captar as imagens necessárias.

Naturalmente, o filme foi bastante elogiado pelos críticos que assistiram à estreia no Festival de Cannes. “O verdadeiro fascínio do filme reside na atmosfera húmida e no esplendor inspirador de viagens dos seus locais no Leste e Sudeste Asiático, que vão de Singapura e Banguecoque a Xangai e Rangum. É um filme para nos perdermos nele”, escreveu a revista “The New Yorker”.

Aproveite e leia a entrevista da NiT a Miguel Gomes. Carregue também na galeria para conhecer algumas das séries e temporadas que estrearam em janeiro nas plataformas de streaming e canais de televisão.

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