Cinema

Emma Thompson dá o exemplo e despe-se no filme que chega agora a Portugal

Em “Boa Sorte, Leo Grande”, a atriz interpreta uma mulher viúva que nunca teve um orgasmo. Uma comédia com uma boa dose de drama.
A vencedora de dois Óscares como nunca a viu

Nancy Stokes é uma professora de 55 anos, recém-viúva. Nunca teve um orgasmo na vida e decide partir à descoberta do prazer. Contrata Leo Grande, um jovem gigolo que a vai tentar ajudar a encontrar algo mais do que a realização sexual. Mais do que um drama ou uma comédia, “Boa Sorte, Leo Grande” é uma espécie de análise da intimidade, de desconstrução dos tabus que rodeiam o sexo.

O papel principal caiu nas mãos de Emma Thompson, que admite não ter tido medo das potenciais cenas de sexo. “Não tive [qualquer hesitação]. O argumento é maravilhoso. Os guiões são como navios e alguns são tão bem montados que percebes que aguentam com a água toda”, explica à “Entertainment Weekly”.

O filme, que estreou a 22 de janeiro no Festival de Cinema de Sundance, chegou finalmente aos cinemas nacionais esta quinta-feira, 29 de setembro. Escrito por Katy Brand, conta com a realização de Sophie Hyde e um elenco curto, que coloca ao lado de Thompson o co-protagonista Daryl McCormak, mas também Isabella Laughland.

Um dos grandes temas transversais do filme é a imagem corporal, a aceitação do corpo à medida que envelhece. Thompson acarreta grande parte da despesa do filme e das mágoas e desafios da personagem.

“A Nancy chega ao fim desta extraordinária conversa e experiência que teve — uma experiência íntima, mas não romântica — e encontra-se de uma forma que nunca se havia encontrado”, explica sobre uma das cenas em que a personagem se vê ao espelho, completamente despida. “Está a olhar para si própria, mas não se está a julgar. É um olhar neutral e essa neutralidade tem a ver com a aceitação.”

Embora trace uma linha bem demarcada entre a personagem e si própria, Thompson tem aproveitado o tema do filme para atacar a imagem padronizada das mulheres e a constante autocrítica a que se sujeitam. “É uma perda de tempo”, diz. “Nas conversas que tive com mulheres, todas me dizem que ‘odeiam ativamente’ o seu corpo (…) Eu também nunca gostei do meu. Nunca. E nunca irei gostar. Essas linhas de pensamento estão profundamente gravadas no meu cérebro.”

O filme pode ser uma forma de consertar isso, considera Thompson. “É forma de desenhar uma nova linha de pensamento que outras mulheres possam seguir. Para que possam dizer: ‘Olha, consigo olhar para o meu corpo de outra forma. Poderia ter prazer neste sítio onde por vezes sou tão vil, tão odiosa, tão crítica.”

A produção da Hulu tem sido alvo de inúmeros elogios, com os críticos a apontarem-no como “um filme profundamente sensual” e que “retrata uma jornada no confronto da vergonha associada ao sexo”. E ninguém discorda: Thompson “está melhor que nunca”.

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