Em 1909, o capitão dinamarquês Ejnar Mikkelsen partiu numa expedição difícil até à Gronelândia. O objetivo? Provar aos Estados Unidos da América que estavam errados, que não tinham direito àquele território porque pensavam que estava dividido em duas partes de terra — o que, como sabemos hoje, não é verdade.
Esta história real inspirou o novo filme da Netflix, “Perdidos no Ártico”, que estreou na plataforma de streaming a 2 de março. A produção foi realizada pelo cineasta dinamarquês Peter Flinth.
Ejnar Mikkelsen estava a seguir as pisadas de outra expedição feita alguns anos antes com o mesmo objetivo, mas que teve um desfecho trágico. A ideia também era recuperar os corpos e as descobertas feitas pelos colegas.
Para a derradeira parte da expedição, tinha de deixar a sua equipa no navio e enfrentar as condições meteorológicas extremas da Gronelândia. Era uma viagem de quase 650 quilómetros e Mikkelsen precisava de um parceiro. O único voluntário a bordo foi o jovem mecânico Iver, inexperiente mas entusiasmado com a aventura, e assim começaram uma jornada como dupla.
Pelo caminho, tiveram de enfrentar uma série de desafios: temperaturas negativas, água gelada, ravinas de gelo, mantimentos estragados ou perdidos, cães de neve em perigo e até confrontos com um urso. Os dois protagonistas estão constantemente preocupados que alguma coisa vá correr mal — há demasiados fatores que podem estragar tudo.
Na vida real, depois da expedição, Ejnar Mikkelsen escreveu o livro “Two Against the Ice”, que inspirou este filme e que só foi publicado de forma póstuma. Nikolaj Coster-Waldau foi escolhido para interpretar Mikkelsen — embora o capitão dinamarquês fosse bastante mais novo em 1909 — e co-escreveu o guião, em conjunto com Joe Derrick.
O ator dinamarquês de 51 anos, que se tornou conhecido em todo o mundo por interpretar Jaime Lannister em “A Guerra dos Tronos”, reencontrou-se com um familiar da série de fantasia da HBO. O britânico Charles Dance interpretava Tywin Lannister na produção televisiva — aqui faz uma personagem chamada Neergaard.
Para a personagem de Iver, foi escolhido o ator de “Peaky Blinders”, Joe Cole. O facto de nunca ter estado na Gronelândia foi um fator que pesou na escolha — uma vez que assim conseguia identificar-se mais com as dificuldades sentidas pela personagem.
Ao contrário de muitos filmes do género nos dias de hoje — e sobretudo no caso das produções originais das plataformas de streaming —, “Perdidos no Ártico” foi quase todo gravado em locais reais, e não num estúdio com efeitos especiais produzidos em computador. Foram usadas zonas da Gronelândia e Islândia. Peter Flinth quis dar o máximo de realismo possível ao filme — chegou a considerar gravar uma cena com um verdadeiro urso, mas acabou por não acontecer.
É um drama puro de sobrevivência, de dois homens que se vão deparar com inúmeros desafios ao longo de uma hora e 42 minutos. O elenco inclui ainda Þorsteinn Bachmann, Gísli Örn Garðarsson, Nick Jameson, Árni Lárusson e Diarmaid Murtagh, entre outros.
Carregue na galeria para conhecer outras novidades da Netflix (e não só). Se for fã de “Peaky Blinders”, saiba que a última temporada já estreou no Reino Unido.
