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Filme português criado em plano-sequência já chegou ao cinema. Jessica Athayde é a protagonista

"É quase como uma peça de teatro", conta a atriz à NiT. "Hotel Amor", com Margarida Corceiro, Júlia Palha e Lucas Dutra, estreia esta quinta-feira, 19 de junho.

O primeiro semestre de 2025 está prestes a terminar e, ao longo destes meses, não houve nenhuma série que tivesse sido tão comentada quanto “Adolescência”, da Netflix. Muitos dos elogios foram para a forma como a obra foi gravada em plano-sequência. Curiosamente, esta abordagem também foi usada em “Hotel Amor”, o novo filme português que chegou aos cinemas esta quinta-feira, 19 de junho.

A história acompanha Catarina, uma workaholic (viciada em trabalho) de 41 anos que é gerente de um hotel tradicional  e muito movimentado no centro de Lisboa. É conhecida pela inteligência, proatividade e por dedicar todo o seu tempo ao trabalho — até é comum passar a noite no sofá do escritório.

Apesar de toda a dedicação e energia investidas ao longo de vários anos, a sua competência é posta em causa quando, de repente, o hotel é vendido, e Telma, uma representante da nova administração, passa um dia inteiro a observá-la de perto para avaliar se fará mudanças na gestão do hotel.

“Pressionada e determinada a manter o cargo de gerente, Catarina terá de provar que é uma grande líder para os seus funcionários desajeitados, que pouco colaboram, enquanto lida com as excentricidades dos hóspedes vindos de todos os cantos do mundo, tornando o seu dia cada vez mais imprevisível. Como se tudo isto não bastasse, reencontra Luís, um antigo amor dos tempos de escola, agora hóspede do hotel, que despertará sentimentos há muito adormecidos e trará à tona segredos sombrios do seu passado. Conseguirá Catarina sobreviver a este dia sem fim?”, refere a sinopse.

A protagonista é interpretada por Jessica Athayde, que ficou com o papel após Hermano Moreira, o realizador, ter visto “O Clube”, série da OPTO em que a atriz participa. “Ele conhecia-me por trabalhos mais cómicos e leves, mas não era isso que ele procurava. Estava à procura de outro tipo de personagem, mas até então não me tinha identificado para esse papel”, conta à NiT. Quando viu a série, o cineasta percebeu que Athayde também conseguia encarnar uma “pessoa mais séria”.

A narrativa desenrola-se num hotel outrora grandioso, mas que com o passar do tempo acabou por ser substituído por alojamentos mais modernos. Ao mesmo tempo, o staff começou a ficar “demasiado bem instalado” e esqueceu-se do profissionalismo. Com a venda da unidade, a protagonista tenta segurar o seu trabalho e de todos os colegas.

Quando recebeu a proposta, Jessica Athayde, de 39 anos, percebeu imediatamente que Catarina era uma personagem que saía da sua zona de conforto, porque já estava habituada a fazer comédia e este trabalho levava-a “para um registo diferente, o que foi desafiante”.

“Ela é uma mulher que vive para trabalhar. O facto de eu ter sido mãe recentemente e de ela ter perdido a filha também representou um desafio diferente. Acho que antes de ser mãe teria tido mais dificuldade na construção da personagem”, revela.

As gravações, que decorreram entre novembro e dezembro de 2023, demoraram cerca de duas semanas. O cenário escolhido foi o Hotel Roma, em Lisboa. Naturalmente, o alojamento não foi encerrado, o que fez com que a equipa tivesse de adaptar o seu horário de trabalho. Para não se cruzarem com os hóspedes, filmavam, muitas vezes, de madrugada, pelas quatro da manhã.

Embora às vezes estivessem cansados, nada impediu que o ambiente no set fosse “muito bom”. A relação que desenvolveu com os outros atores do elenco, como Margarida Corceiro, Júlia Palha e Lucas Dutra, foi um ponto alto da experiência, mas nada ultrapassou o facto de ter gravado em plano-sequência. “Tínhamos de estar sempre preparados para algo que não corresse conforme previsto”, explica.

Cada cena demorava cerca de 17 minutos a ser gravada e, caso errassem algum dos passos, teriam de repetir todo o processo. “É um desafio do caraças, mas dá-nos uma pica brutal e a verdade é que toda a equipa técnica e o elenco estiveram unidos. Foi um trabalho muito intenso”, revela.

Quando olha para a experiência, não há nada que recorde com mais carinho do que os planos-sequência que protagonizou, com descidas pelas escadas e maçanetas que caíam. “Enquanto atriz, adorava que todos os trabalhos fossem assim. É quase como uma peça de teatro. Não tínhamos tanto tempo para nos prepararmos, mas gostei muito da continuidade.”

Agora que o filme chegou finalmente às salas de cinema, garante que pode ser visto por “quase toda a família”. Não é, porém, aconselhado que leve os mais pequenos, porque há “orgias no hotel”, revela.

“Acho que o público vai adorar. Nunca há um momento parado e graças ao elenco mais novo, como a Margarida Corceiro e o Lucas Dutra, podemos chamar malta mais jovem para vir ao cinema e ter esta experiência que é muitas vezes esquecida. Haverá muitas gargalhadas, momentos em que as pessoas se vão conseguir rever e muita cusquice”, brinca.

Carregue na galeria para conhecer algumas das séries e temporadas que estreiam em junho nas plataformas de streaming e canais de televisão.

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