Brilhou em sucessos como “Amistad” e “O Gladiador”. Participou em dramas e filmes de ação, em filmes de super-heróis e produções galardoadas. Numa carreira com mais de trinta anos, recebeu ainda duas nomeações para os Óscares, pelos seus papéis em “Na América” e “Diamantes de Sangue”. Mas mesmo com um currículo tão preenchido, Djimon Hounsou diz que não consegue fazer dinheiro como ator.
O ator de 58 anos confessou-se numa entrevista ao “The Guardian”. “Continuo a ter que lutar para fazer dinheiro. Cresci na indústria ao lado de pessoas que estão muito bem na vida, mas que não conquistaram tanto quanto eu no cinema.”
“Sinto-me enganado, tremendamente enganado, em termos de finanças e em termos de volume de trabalho”, explicou. Segundo o ator nascido no Benim, muitos dos produtores não se recordam do seu trabalho para lá do grande êxito de 1997, onde interpreta o papel de escravo.
“Fui a alguns estúdios para reuniões e eles dizem-me: ‘Uau, achávamos que tinhas acabado de sair do barco e que foste embora [depois do ‘Amistad]. Não sabíamos que eras mesmo um ator. Quando ouves coisas destas, consegues perceber que a visão que as pessoas têm de ti é limitada, consegues perceber o que é que tu representas. É o que é. Cabe-me a mim resolver isso.”
Hounsou sente que, mesmo com o currículo que tem, ainda tem “que provar” o que vale para ser pago. “Fazem-me sempre propostas baixíssimas. Filme após filme, é uma luta.”
Não é só no dinheiro que Hounsou está focado. Sente que também nos prémios foi sempre visto como um outsider. Em “Amistad”, viu a única nomeação recair sobre Anthony Hopkins. Em “Diamantes de Sangue”, apesar da enorme presença da sua personagem no ecrã, só DiCaprio recebeu a indicação ao Óscar.
“Senti-me roubado. Hoje falamos da forma como os Óscares são maioritariamente brancos, mas nessa altura não havia qualquer apoio, da minha gente, dos media, da indústria. Sentia que a ideia passava por: ‘Deves ficar contente por seres sequer nomeado’.”