Quem compra bilhete para ver o terceiro filme da saga “Terrifier”, tem que saber ao que vai: é uma das obras mais sangrentas do ano. E neste regresso não há introduções suaves. Os primeiros minutos bombardeiam os espectadores com desmembramentos, decapitações, degolações e crianças brutalmente chacinadas.
“Terrifier 3” chegou esta quinta-feira, 7 de novembro, às salas nacionais e a NiT quis comprovar no local os relatos que chegavam dos EUA e que falavam de pânico nos cinemas, com gente em fugas desenfreadas sala fora e alguns vómitos. Não faltou, nas sessões de estreia, um pequeno saco para o enjoo. Mas será que os portugueses são gente mais rija?
Sentiu-se uma maior resistência aos críticos minutos iniciais, talvez porque o público estivesse preparado e bem informado sobre o que os esperava. A resistência, contudo, foi de pouca dura.
A meio da longa-metragem, já várias pessoas se tinham visto forçadas a sair de forma rápida para fora da sala, visivelmente abaladas, numa tentativa de se recomporem. Acabariam quase sempre por voltar ao seu assento. Quem ficava, protegia-se como podia, virando o olhar ou tapando os olhos nos momentos mais críticos.
No ecrã, em enormes pinceladas vermelhas, pintava-se o cenário que chocava os espectadores, numa versão que conseguiu ser ainda mais gráfica dos que os seus antecessores. As armas e as vítimas surgem num leque invejável e em todas as formas e feitios. Art the Clown tanto usa uma motosserra para cortar ao meio um homem completamente nu, como recorre a uma bomba artesanal para fazer explodir dezenas de miúdos que só queriam conhecer o Pai Natal.
Pelo caminho, pontos extra para os efeitos sonoros nauseantes e detalhados, que acompanham a remoção dos muitos órgãos das vítimas. É o gore levado ao extremo absurdo, num filme que tem pouco de sofisticação — nem nunca ambicionou ter.
O que é certo é que “Terrifier 3” joga num campeonato diferente: o das dezenas de filmes que, anualmente, prometem sustos, náuseas e vómitos com o seu gore desbragado. E no momento da verdade, são raros os que o conseguem fazer. Neste raro caso, a promessa é cumprida.
No que diz respeito à história, não houve qualquer preocupação no desenvolvimento de uma sequela ou sequer na originalidade da narrativa. Sienna e Jonathan, irmãos, juntam-se para tentarem derrotar o palhaço que espalha o terror na cidade. Todos os cartuchos foram gastos no poder de choque e, para Damien Leone, sai o selo de missão cumprida.
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