Numa fase em que se discute se “a fadiga dos super-heróis” está instalada no público, James Gunn parece concordar com essa ideia. O realizador — que se tornou, a par com Peter Safran, no novo responsável da DC Studios — considera que há “demasiados” filmes e séries de super-heróis.
Durante uma entrevista ao podcast “Inside of You”, o responsável pela saga de filmes “Guardiões da Galáxia” reconhece que o excesso de oferta é um problema, mas a baixa qualidade agrava a situação. “As pessoas tornaram-se muito preguiçosas com as histórias de super-heróis”, apontou.
“Chegaram a um ponto em que pensam: ‘Oh, é um super-herói. Vamos fazer um filme sobre isso’. E depois: ‘Olha, vamos fazer uma sequela porque o primeiro correu bem’. Neste processo, nunca pensam: ‘Porque é que esta história é especial? O que a faz destacar-se das demais? O que torna esta personagem importante? De forma é que esta história preenche a necessidade de levar as pessoas ao cinema?”, questionou.
Gunn considera que há muito estilo e pouca substância: “Dou por mim a ver o terceiro ato de um filme de super-heróis em que não sinto haver grande razão para o que está a acontecer… Já não quero saber das personagens, ficaram demasiado genéricas”.
A solução, para si, passa por “explorar diferentes tipos” de cinema dentro das histórias de super-heróis, em vez “deste estilo mediano no que toca ao género e tom que demasiados filmes têm”. “Gosto de filmes de super-heróis muito sérios, mas também gosto dos que são muito cómicos e dos que desvendam um assassinato misterioso. Quero ver histórias de diferentes tipos, em vez de ser sempre a mesma”, concluiu.
Questionado se aquilo que defende se irá refletir no trabalho da DC, Gunn garantiu que a empresa “não vai exceder-se” na quantidade de conteúdo que vai criar. “Vamos ter muito cuidado com o tipo de produto que vamos lançar e ter a certeza que tudo será tão bom quanto possível”, sublinhou.
O cineasta partilhou a sua opinião sobre o momento que este género de filmes atravessa no rescaldo dos resultados desastrosos de “The Flash” nas bilheteiras. A maioria dos críticos atribui o fracasso ao polémico historial de Ezra Miller, que protagoniza o filme, apesar do regresso de Michael Keaton como Batman.
No calendário da DC Studios está o lançamento de “Superman: Legacy”, que será escrito e realizado por Gunn. Além disso, estão na calha “Supergirl: World of Tomorrow” e “Batman: The Brave and the Bold”, sendo que este último será realizado por Andy Muschietti, responsável por “The Flash”.