Blake Lively apresentou uma queixa judicial contra Justin Baldoni, acusando-o de assédio sexual. A atriz expressou desconforto com o comportamento do ator durante as filmagens de “Isto Acaba Aqui”, que estreou no verão.
Os detalhes do processo relevados pelo TMZ, indicam que Lively se sentiu incomodada em várias ocasiões durante a produção. Uma das situações que a inquietou ocorreu quando Baldoni questionou a personal trainer da atriz sobre o seu peso, justificando a pergunta com uma dor nas costas e a necessidade de evitar lesões enquanto filmavam uma cena em que levantava a protagonista. Blake ficou envergonhada e desconfortável com a situação.
Além disso, Lively alega que Baldoni prolongou uma cena de beijo além do tempo considerado “necessário”, o que tornou o ambiente das filmagens hostil, levando à intervenção da direção. Durante as gravações, a atriz e a equipa de produção realizaram uma reunião, na qual o marido de Blake, Ryan Reynolds, esteve presente para tentar chegar a um entendimento.
Na lista de exigências da atriz de 37 anos estava a proibição de Baldoni mostrar a Lively vídeos ou imagens de mulheres nuas, abordar o seu antigo “vício em pornografia”, discutir conquistas sexuais, genitália, bem como falar sobre o peso e a morte do pai da atriz. Blake também solicitou que não fossem acrescentadas cenas de conteúdo sexual às que já estavam no guião do filme.
Segundo o TMZ, as exigências foram cumpridas, mas, mesmo assim, a produção acabou por ser um fracasso, muito devido à forma como foi apresentada. Durante a promoção do filme, as diferenças na abordagem entre Lively e Baldoni tornaram-se evidentes. Enquanto a atriz defendia uma promoção mais leve, o ator insistia que o foco deveria ser a violência doméstica. Agora, Lively alega que Baldoni se envolveu numa campanha social que visava denegrir a sua reputação, o que resultou em “prejuízos profissionais e emocionais” para a atriz.
O mal-estar óbvio
A tensão entre os protagonistas era palpável durante os eventos promocionais. Enquanto Lively comparecia acompanhada pelo elenco e pela produção, Baldoni aparecia frequentemente sozinho ou apenas com a família. A crescente tensão culminou na queixa da atriz contra o ator.
A defesa de Baldoni já reagiu, qualificando as acusações como “falsas, ultrajantes e indecentes, com a intenção de prejudicar publicamente o ator” e uma “tentativa da atriz para recuperar a sua reputação”, avança a revista “People”.
Além da conturbada relação entre os atores, a adaptação cinematográfica também recebeu críticas de alguns fãs, que questionaram o tom leve da campanha de marketing, dado que o filme aborda a violência doméstica. A narrativa segue Lily Boom, que inicia um romance com Ryle, que se torna emocional, sexual e fisicamente abusivo.
“Só para que saibam, para quem não leu ‘Isto Acaba Aqui’, não é nenhuma comédia romântica. É sobre violência doméstica e toda essa promoção do filme está a irritar-me”, escreveu uma utilizadora na rede social X.
Apesar das críticas, tanto Lively como Baldoni enfatizaram a importância do filme e o desejo de que este ajude as vítimas de violência doméstica. “O que considero realmente bonito neste filme é que é contado com empatia, e isso reflete a forma como Colleen escreveu o livro, pois estabelece uma trajetória emocional muito clara para Lily”, comentou a atriz com a “People”.
“Acredito que é sobre a necessidade de sentir empatia por si própria e também de reconhecer a sua força e valor. Espero que ver um filme com uma história assim recorde às pessoas que há uma saída. Pode haver uma saída, sempre”, acrescentou.
A autora Colleen Hoover também admitiu que se inspirou na relação dos seus pais para criar a narrativa. “Uma das minhas primeiras memórias é dele a atirar uma televisão à minha mãe. Crescemos numa família abusiva a esse ponto. Não existiam recursos para as mulheres deixarem situações como essa”, revelou, numa entrevista ao “Today”.
A trajetória da escritora não foi fácil. Antes de vender mais de 20 milhões de livros, viveu num parque de autocaravanas com os três filhos e com William Heath, o marido camionista, o que significava que passava muito tempo sozinha em casa com os miúdos. Levava uma vida monótona como assistente social, ganhando apenas 8€ por hora, e aproveitava o pouco tempo livre que tinha para escrever.
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