A mais recente edição do Festival de Cannes ficou marcada na história do cinema em Portugal. Miguel Gomes, natural de Lisboa, conquistou o prémio de Melhor Realização com “Grand Tour“. Chega às salas de cinema nacionais a 19 de setembro.
O filme produzido pela Uma Pedra no Sapato, é o primeiro de um realizador português a competir na principal secção principal do Festival de Cannes desde “Juventude em Marcha”, de Pedro Costa, em 2006.
Filmado em Lisboa e Roma, conta ainda com alguns cenários asiáticos e tem como pano de fundo um romance no início do século XX. A trama narra a história de Edward (Gonçalo Waddington), um funcionário público do império britânico, que decide fugir da noiva Molly (Crista Alfaiate) no dia do seu casamento.
“Contemplando o vazio da sua existência, o covarde Edward questiona-se sobre o que poderá ter acontecido a Molly. Motivada pelo desígnio de Edward e resoluta em casar-se, Molly decide seguir o rasto do noivo em fuga através deste ‘Grand Tour’ asiático”, lê-se na sinopse.
“Grand Tour” é um filme “sobre a determinação das mulheres e a cobardia dos homens”, explicou Miguel Gomes, numa conferência de imprensa em Cannes. Um dos pontos de referência do realizador é o livro de viagens “Um Gentleman na Ásia”, de Sommerset Maugham.
Para se preparar para o filme, fez um arquivo de viagem pela Ásia, como Myanmar, Vietname, Tailândia e Japão, para recolher imagens e sons contemporâneos para a longa-metragem que se desenrola em 1918.
O realizador já tinha marcado presença em Cannes, na Quinzena de Cineastas, onde apresentou “Aquele Querido Mês de Agosto”, em 2008, “As Mil e Uma Noites”, em 2015, e “Diários de Otsoga”, em 2021.
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