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Jared Leto: “Em ‘Tron’ senti que não estava a fazer o meu trabalho enquanto ator”

Em conversa com a NiT, o ator e músico revela as dificuldades de assumir o papel de Ares no novo filme da saga nascida na década de 80.

Foi batizado de “Tron” e, em 1982, revelou-se uma das maiores loucuras da Disney. Numa era em que o digital ainda era coisa de nicho e os computadores ocupavam salas inteiras, o filme atirava os espectadores para dentro de um universo onde os programas de software tinham corpo, lutavam em arenas com motas de luz e viviam numa realidade virtual chamada Grid. O visual era revolucionário, a história inesperadamente filosófica e a música, totalmente diferente de tudo o que se ouvia nos filmes da época.

“Tron” acabou por tornar-se num clássico de culto e, quase 30 anos depois, teve direito a uma sequela, “Tron: Legacy”, lançada em 2010. Trazia Jeff Bridges de volta, um filho perdido chamado Sam e uma banda sonora mítica dos Daft Punk. Agora, em 2025, a saga regressa aos cinemas com “Tron: Ares”, o terceiro capítulo que estreou esta quinta-feira, 9 de outubro, nas salas portuguesas.

Jared Leto é o protagonista e interpreta Ares, um programa super avançado que salta do mundo digital para o físico, que marca o primeiro contacto real entre humanos e inteligência artificial neste universo. “É incrível e uma honra. Passaram-nos o testemunho e levámo-lo até onde pudemos”, revela o ator à NiT.

A nova história começa quando Julian Dillinger, neto do vilão original, decide lançar um projeto secreto, chamado Ares, um programa criado para executar ordens no mundo físico. A missão passa por recuperar dados pessoais da CEO da ENCOM, Eve Kim, interpretada por Greta Lee. Só que Eve voltou a aceder a um backup do Grid original criado por Kevin Flynn, personagem de Jeff Bridges, que também está de regresso.

Além de Leto, fazem parte do elenco Evan Peters, Jodie Turner-Smith, Gillian Anderson, Arturo Castro e Hasan Minhaj. Há ainda pequenas aparições de Garrett Hedlund e Olivia Wilde, mas apenas em imagens de arquivo. A realização ficou a cargo de Joachim Rønning. “O maior desafio foi responder à questão: porquê fazer mais um filme? Percebi porquê quando cheguei à pagina 30 do argumento, quando o digital entra no mundo real. Percebi que o queria ver, que queria ser eu a fazê-lo.”

Sobre o seu papel, Leto confessou que não foi exatamente fácil entrar na pele de Ares, uma personagem que fala pouco e cuja emoção está quase sempre contida. “Foi uma experiência diferente porque é uma personagem estóica, reservada, calada. Parece que não estás a fazer o teu trabalho, mas felizmente, ele desperta e tornou-se incrivelmente divertido de explorar.”

O filme aposta novamente numa estética muito própria e, claro, numa banda sonora à altura. Se em “Legacy” a música dos Daft Punk marcou para sempre o tom da saga, desta vez foram os Nine Inch Nails a ficar com a tarefa. A dupla Trent Reznor e Atticus Ross criou um ambiente sonoro mais agressivo, mais industrial e mais caótico. Uma escolha arriscada mas que resulta.

O novo filme não dá resposta direta ao final em aberto de “Legacy”, nem continua a história de Sam Flynn ou Quorra. Mas também não a contradiz. É um novo início, com ideias antigas tornadas mais relevantes do que nunca: até onde vai o poder da Inteligência Artificial? O que é um ser digital? E quem manda quando o programa ganha vontade própria?

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