Cinema

Jenner, Depp, Lourdes Leon. Os amores mais (e menos) famosos de Timothée Chalamet

Aos 27 anos, é ator talentoso, ícone de estilo e sex symbol. E prepara-se para mais um ano em cheio.

Há cerca de uma década, Timothée Chalamet era Timmy. Ou melhor, Lil’ Timmy Tim, o seu nome artístico, usado para rappar sobre a professora de estatística que teimava em dar-lhe más notas. Volvidos dez anos, o norte-americano continua com a sua cara imberbe, mas é hoje uma das maiores e mais cobiçadas estrelas de Hollywood, protagonista dos blockbusters do momento e artista que convence igualmente nos filmes de autor.

Há quem diga que é o melhor ator da sua geração — mas tem igualmente dado nas vistas por andar de mão dada com muitas outras vedetas. A mais recente é Kylie Jenner, a ex-mulher de Travis Scott e membro ilustre da família Jenner/Kardashian. Durante meses, os rumores foram sendo alimentados pela imprensa, até que Chalamet e Jenner decidiram, de uma vez por todas, acalmar os corações dos paparazzi.

Depois de no início do mês terem ensaiado o “coming out” em plena plateia de um concerto de Beyoncé, o novo casal apareceu sem grandes receios nas bancadas da final do US Open, onde se beijou às claras — e assumiu a relação. É apenas mais uma de muitas relações de alta visibilidade de Chalamet.

Isto apesar de, confessa o próprio, odiar o termo de “saídas românticas”. “É uma expressão assustadora, porque [assim que é dita], define imediatamente todo o contexto”, explicou em 2018 numa entrevista à “W Magazine”. Anos mais tarde, mostrava-se menos hesitante. “Quando amares, ama completamente. Ama sem reservas.”

Enquanto frequentava a escola artística em Nova Iorque, ainda em 2013, Chalamet foi associado à colega de escola Lourdes Léon, filha de Madonna. Apesar de poucos detalhes serem conhecidos sobre o relacionamento de curta duração, os dois parecem ter permanecido amigos durante algum tempo, mesmo após a separação.

Em 2017, Chalamet falava abertamente sobre as conversas que tinha com Lourdes sobre o seu último filme, “Chama-me Pelo Teu Nome”. “Ainda não viu, mas está entusiasmada. Ela provoca-me por causa das aparições públicas. O filme em si, ela diz que está muito entusiasmada e a receção da crítica que tem tido é ótima. Mas isto de estar à vista do público, acabo por ser tema nos programas de late night, sou o alvo das piadas.”

As perguntas aqueceram e questionado sobre quanto tempo durou a relação entre ambos, o ator corou. “Próxima pergunta”, respondeu visivelmente atrapalhado. Lourdes foi menos tímida. “Respeito-o muito. Fomos um pequeno casalinho. Foi o meu primeiro namorado”, explicou em 2021 à “Vanity Fair”.

Estávamos em 2018 e Chalamet começava a cimentar o seu talento em Hollywood, quando acabou por conhecer outra estrela, filha de duas estrelas ainda maiores, Lily-Rose Depp, filha de Johnny Depp e Vanessa Paradis. Depois de terem sido vistos juntos em várias ocasiões em Nova Iorque, viajaram nesse ano para Paris, à vista dos paparazzi.

Conheceram-se no set de gravações de “The King” e meses mais tarde, surgiam já numa relação na estreia da produção no Festival de Cinema de Veneza, em 2019, onde foram fotografados a trocar um beijo apaixonado num barco em Capri.

As fotos da polémica

“Naquela noite, fui para a cama a pensar que foi um dos melhores dias da minha vida”, comentou em 2020 sobre as fotografias que captaram o momento. “Estive o dia todo nesse barco com alguém que realmente amava e ao fechar os olhos, só pensava ‘isto foi ótimo’. E depois ao acordar, deparo-me com todas estas fotografias, cheio de vergonha e com aquele ar todo pálido.”

“E depois dizem que aquilo foi uma jogada de relações públicas. Uma jogada? Acham que eu queria mesmo aparecer assim, daquela forma, para todo o mundo ver?” A relação não duraria mais do que um ano e meio.

Pouco tempo depois, o ator estava de volta aos cenários paradisíacos. Em Cabo San Lucas, no México, foi novamente apanhado com outra atriz, neste caso Eiza González, seis anos mais velha do que Chalamet, que tinha à época 24 anos.

O namoro foi tão fugaz quanto secreto. Menos de meio anos depois, os rumores revelavam que os dois atores já não se encontravam juntos. Seguia-se um longo período de blackout, até que em 2022, foi avistado com Sarah Talabi no festival de Coachella.

A modelo e influencer partilhou publicamente fotos com o ator. Haveria de comentar o tema pouco tempo depois. “Toda a gente me está a perguntar se estava a beijar o Timothée Chalamet no Coachella e essa é uma boa pergunta”, explicou, antes de se desviar do tema com uma manobra exímia. “Mas uma grande pergunta seria mesmo perguntar aos nossos líderes mundiais porque é que a Terra está agora a perder milhões de toneladas de gelo por ano devido ao aquecimento global e porque é que a reforma da crise climática tem sido completamente ineficaz.”

Da qual não restam definitivamente dúvidas é da mais recente relação com Kylie Jenner, cujo relacionamento é o primeiro assumidamente público de Chalamet que, por enquanto, ainda não comentou nada. Seguem-se meses agitados, até porque o ator de 27 anos se prepara para ver chegar aos cinemas três enormes filmes com três antecipados papéis. Será Willy Wonka, Bob Dylan e voltará ao papel de Paul Atreides no mega blockbuster “Dune: Parte Dois”.

Quem é Timothée Chalamet?

No final de 2017, poucos tinham dúvidas de que o jovem de 21 anos era a cara de uma nova geração de atores. O papel como protagonista em “Chama-me Pelo Teu Nome”, a aparição em “Lady Bird” e em “Hostiles” provavam que esse ano inesperado vinha cimentar a carreira do rapaz de Nova Iorque com nome francês.

Que mais podia pedir um ator a dar os primeiros passos? Aparentemente, muito mais. Seis anos depois, Timothée Chalamet volta a fazer linha numa espécie de bingo hollywoodesco. Depois de brilhar no épico “Dune” e de trabalhar com Wes Anderson, “The French Dispatch”, prepara-se para voltar a “Dune”, mas também para assumir os papéis de Willy Wonka e Bob Dylan.

O ponto de viragem da sua vida aconteceu quando foi admitido na LaGuardia High School of Music & Art and Performing Arts, onde se formou ao lado de outro ator conhecido, Ansel Elgort. A matrícula esteve para nunca ter acontecido, após ter sido rejeitado na entrevista com os responsáveis da escola.

Foi o professor de teatro com quem fez a audição de apresentação que o salvou. “A irmã dele era minha aluna e disse-me que tinha sido rejeitado. Pensei: ‘como é que isso pode acontecer?’”

“Lembro-me da audição porque lhe dei a nota mais alta que alguma vez dei a um miúdo nas provas”, recorda Harry Shifman à “Vanity Fair”. “Era realmente bom. Creio que tinha 13 anos. Era fascinante (…) Percebemos logo que este miúdo tinha um dom.”

Shifman confrontou a diretora da escola e convenceu-a: Chalamet deveria fazer parte da turma. “Graças a Deus ouviu-me, porque senão, agora estaria provavelmente a formar-se em medicina.”

Chalamet aproveitou o tempo na escola para se dedicar a outra paixão: ao rap. Criou uma persona artística, batizou-a de Lil’ Timmy Tim e interpretou uma série de vídeos que, anos mais tardei, voltariam para o embaraçar.

Um dos primeiros temas de Lil’ Timmy Tim é inspirado na sua antiga professora de Estatística e numa prova falhada. Enquanto os colegas estudavam arduamente para o teste, Chalamet pensou em fazer uma música sobre a matéria. “Gravei o vídeo na escola, com a ajuda de um amigo, frente a um fundo verde”, recordou no programa de Graham Norton.

Entre rimas sobre estatística e vestido com uma simples t-shirt cinzenta e boné vermelho, imaginou que estava a gravar cenas de um videoclipe criativo. “A ideia passava por colar a cara da professora no fundo verde do vídeo, mas ficámos com preguiça… e agora pareço ridículo a apontar para espaços vazios no ar.” O resultado foi uma nota negativa.

A curta e frenética carreira como rapper não se ficou por aí. Anualmente, apresentava-se no espetáculo do final do ano escolar com um tema novo — e as performances incluíam muita dança. Eventualmente, Chalamet percebeu que não residia ali o seu maior talento.

Entre breves aparições em curtas-metragens, o primeiro grande papel surgiu curiosamente em “Segurança Nacional” — participou em oito episódios. Foi no papel de Finn Walden, filho do vice-presidente dos Estados Unidos, que começou a revelar o talento que o levou a uma seleção inesperada.

Apenas dois anos depois, Christopher Nolan, um dos maiores realizadores de Hollywood, escolhia Chalamet para um papel em “Interstellar”, como Zac, filho do protagonista interpretado por Matthew McConaughey. Os escassos minutos em que surge no ecrã — a sua personagem adulta é interpretada por Casey Affleck — foram suficientes para dar nas vistas. Ainda assim, o ator sentia que o seu desempenho não merecia assim tanta atenção.

Chalamet promoveu o filme ao lado de outros protagonistas como Jessica Chastain, John Lithgow ou Anne Hathaway. E, no dia da estreia, estava em êxtase. “Basicamente, não tinha qualquer carreira até esse momento. Sentia-me uma fraude [no meio daqueles atores]”, confessou em entrevista. Só quando viu o filme é que percebeu que a sua personagem aparecia durante menos minutos (muitos menos) do que esperava. “Assim que cheguei a casa com o meu pai, chorei durante uma hora porque pensei que o meu papel era maior”, reconheceu.

No centro de toda a frustração estava aquela que acreditava ser a sua melhor cena: uma performance emotiva onde gravava um vídeo que seria transmitido ao pai, Cooper. Nolan acabou por decidir cortá-la integralmente do filme, precisamente porque se focou na reação dramática de McConaughey (o pai) — que se tornou num dos takes mais emblemáticos do filme. Tudo à custa de Chalamet que, apesar disso, assegura não guardar ressentimentos.

Chalamet no discreto papel em “Segurança Nacional”

Dois anos depois, o ator de 20 anos embarcava para Itália para um projeto singular. Chegou ao destino seis semanas antes do resto do elenco com o objetivo de se preparar para o papel de Elio, um jovem inteligente, poliglota e exímio pianista.

Chalamet tinha duas missões: aprender a tocar piano e juntar o italiano ao seu lote de línguas que fala fluentemente, o inglês e francês. Chalamet tem, aliás, dupla nacionalidade americana e francesa. Filho de um francês, passava os verões em França.

A dedicação obsessiva ao cinema valeu-lhe o primeiro grande êxito da carreira — e que o levou a tornar-se no mais jovem ator a ser nomeado para um Óscar de Melhor Ator nos últimos 80 anos. À proeza juntou o facto de, nesse mesmo ano, ter contracenado com Saoirse Ronan em “Lady Bird”, nomeado para cinco estatuetas.

A viagem até um inesquecível 2021 foi recheada de papéis menos reconhecidos mas não menos importantes. Contracenou com Steve Carrell em “Beautiful Boy”, participou de forma polémica em “A Rainy Day in New York” de Woody Allen, foi protagonista em “The King” e regressou às mãos de Greta Gerwig na sua versão de “Mulherzinhas”.

Depois de Nolan e de Luca Guadagnino terem visto nele um talento único, Denis Villeneuve acreditou que Chalamet poderia ser o protagonista do seu projeto de vida: conseguir adaptar ao cinema o épico de Frank Herbert, “Dune”.

“Escolhi-o por várias razões. Primeiro, é um ator fenomenal, tem imensa profundidade, é alguém muito maduro para a idade. O Paul Atreides é uma alma velha num corpo jovem e o Timothée tem isso”, explica o realizador. “Tem coisas que me recordam as estrelas da velha guarda de Hollywood. Pões o Timothée à frente da câmara e é uma explosão.”

O rol de elogios é interminável e inclui alguns dos maiores cineastas do momento. Wes Anderson, que o escolheu para fazer parte do seu grupo restrito de atores repetentes, é outro realizador que se apaixonou pelo ator.

No papel em “The French Dispatch” de Wes Anderson

“Tinha-o visto em ‘Lady Bird’ e ‘Chama-me Pelo Teu Nome’ e nunca me passou pela cabeça, nem por um segundo, oferecer este papel a outra pessoa que não a Chalamet”, conta. “Sabia que ele era a pessoa certa. Além disso, fala francês e dá ares de que acaba de sair diretamente de um filme do Eric Rohmer, ali por volta de 1985. Vindo num comboio lento de Paris, de mochila, para passar 10 dias numa praia com mau tempo. Não encaixa em nenhum tipo específico [de ator] — mas a New Wave ter-lhe-ia guardado um lugar feliz.”

Não é só um ator talentoso. Nos últimos anos, as passagens pelas red carpets de Hollywood revelaram outro dos seus talentos: o da moda. Se Greta Gerwig revelava que era o ator quem escolhia todas as roupas para as suas cenas em “Lady Bird”, ter sido escolhido para anfitrião da Met Gala — ao lado de Tom Ford e de jovens talentos como Amanda Gorman, Billie Eilish e Naomi Osaka — e o estilo arrojado, cimentaram-lhe a fama de fashionista.

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