Justin Baldoni continua a ripostar após ser acusado por Blake Lively de assédio sexual, a 21 de dezembro. O ator que protagonizou “Isto Acaba Aqui” entrou com um processo em tribunal contra o jornal “The New York Times” por difamação, após admitir que também irá processar a atriz nos próximos dias.
Em causa estará a notícia que avançava que Baldoni teria, em conjunto com a sua equipa de relações públicas, planeado uma campanha difamatória contra Lively. No processo de 87 páginas, o ator e os outros requerentes, incluindo a produtora Wayfarer Studios, parceiros de negócios e a equipa de relações públicas, exigem ao jornal 240 milhões de euros por “difamação, falsa invasão de privacidade, fraude promissória e violação de contrato de facto implícito”, revela a “People”.
O processo alega que o “The New York Times” falhou na sua “integridade jornalística” ao investigar as alegações de assédio sexual e retaliação de Lively, observando que o jornal “confiou quase inteiramente na narrativa não verificada e egoísta de Lively, citando-a quase literalmente, enquanto desconsiderava uma abundância de evidências que contradiziam as suas alegações e expunham os seus verdadeiros motivos”. A acusação refere que os autores do artigo usaram “comunicações ‘escolhidas a dedo’ e alteradas, tiradas do seu contexto de forma deliberada e parcial, com o intuito de mudar a verdade”.
O jornal norte-americano já se pronunciou e salientou que o artigo “foi escrito de forma meticulosa e responsável” e baseado numa “revisão de milhares de páginas de documentos originais, incluindo as mensagens de texto e e-mails”, citados depois no artigo.
Os advogados de Lively disseram à “CNN” que “este processo muda nada” sobre as alegações de Lively e admitiram que na terça-feira, 31 de dezembro, entraram com uma queixa federal contra o ator e a produtora Wayfarer, que se sobrepôs ao processo criado a 21 do mesmo mês no Departamento de Direitos Civis da Califórnia.
Os detalhes da acusação
Blake Lively entrou com um processo judicial contra Justin Baldoni, alegando assédio sexual, este sábado, 21 de dezembro. Os detalhes do processo indicam que Lively se sentiu desconfortável em várias ocasiões durante a produção.
A primeira situação mencionada na ação refere-se a supostas alterações do guião feitas por Baldoni e Heath, após a atriz ter assinado o contrato para interpretar Lily Bloom. Este ajuste envolveu a inclusão de “conteúdo sexual gratuito improvisado e/ou cenas com nudez”.
A ação judicial aponta uma “chocante falta de limites” por parte de Baldoni e Heath, incluindo conversas explícitas sobre as suas vidas sexuais, relacionamentos anteriores e os vícios em pornografia. Além disso, Baldoni é acusado de mostrar a Lively e à sua assistente um vídeo da mulher “totalmente nua” durante o trabalho de parto, sem o consentimento de ambas.
Baldoni também partilhava regularmente críticas sobre “o seu corpo e peso”, alega Lively. O ator, de 40 anos, terá contactado o personal trainer da atriz para o questionar sobre o seu peso, alegando que tinha dores nas costas e queria evitar lesões enquanto filmavam uma cena em que levantava a protagonista. Blake, que havia dado à luz ao seu quarto filho há poucos meses, sentiu-se envergonhada e desconfortável com a situação, que se agravou quando Baldoni pediu ao personal trainer que ajudasse a atriz a perder peso rapidamente.
Além disso, Lively menciona que Baldoni prolongou uma cena de beijo além do que considerava “necessário”, criando um ambiente hostil no set, o que levou à intervenção da direção. Durante uma pausa nas gravações devido à greve em Hollywood, a atriz de 37 anos e a equipa de produção realizaram uma reunião, na qual o marido de Blake, Ryan Reynolds, esteve presente na tentativa de chegar a um entendimento.
Entre as exigências de Lively estava a proibição de Baldoni lhe mostrar vídeos ou imagens de mulheres nuas, discutir o seu antigo vício em pornografia, abordar conquistas sexuais, nem abordar o seu peso ou a morte do seu pai, recentemente desaparecido. Segundo a atriz, Baldoni afirmava que conseguia comunicar com os mortos, incluindo o pai dela. Blake também pediu que não fossem adicionadas cenas de conteúdo sexual às que já estavam no guião.
Segundo o TMZ, as exigências foram cumpridas, mas mesmo assim, a produção acabou por ser um fracasso, sobretudo devido à sua apresentação. Durante a promoção do filme, as divergências na abordagem entre Lively e Baldoni tornaram-se evidentes. Enquanto a atriz defendia uma campanha promocional mais leve, o ator insistia que o foco deveria ser a violência doméstica. Agora, Lively alega que Baldoni se envolveu numa campanha social que visava denegrir a sua reputação, resultando em “prejuízos profissionais e emocionais”.
Uma cópia do processo publicada pelo “The New York Times” revela que foram partilhadas mensagens de texto entre a equipa de Baldoni, a relações-públicas Jennifer Abel e a especialista em gestão de crises, Melissa Nathan.
As conversas divulgadas incluem uma troca entre Nathan e Abel, onde se lê: “ele quer que ela sinta que pode ser enterrada”; e uma mensagem de Baldoni, alegadamente a pedir que só fossem partilhados os vídeos em que ele discute violência doméstica.
A defesa de Baldoni já respondeu às acusações, classificando-as como “falsas, ultrajantes e indecentes, com o objetivo de prejudicar publicamente o ator” e como uma “tentativa da atriz de recuperar a sua reputação”, afirmou à revista “People”.
“Todos foram manipulados para acreditarem numa narrativa completamente falsa”, disse Bryan Freedman, o advogado, ao meio norte-americano. “Em 30 anos de advocacia, nunca vi este tipo de comportamentos pouco éticos serem deliberadamente alimentados através da manipulação mediática”, acrescentou, referindo também que o processo vai basear-se em “provas exatas” e contará “a história real”.