Luz Fonseca tem quase uma vida dupla. Além de ser enfermeira, já deu voz a algumas das personagens mais famosas do mundo da animação e do cinema infantojuvenil. “Uma vez apareci na televisão enquanto estava a trabalhar no hospital. Os pacientes começaram a fazer perguntas”, conta à NiT.
A jovem de 25 anos estava a dar uma entrevista a um telejornal onde falava sobre “Divertida-mente”, fenómeno da Disney no qual interpretou Riley, a protagonista — e onde habitam todas as emoções que os espectadores conheceram. Também deu voz à protagonista de “Alice no País das Maravilhas” de Tim Burton, fez de Lizzy Griffiths em “Sininho Salva as Fadas” e de Bonnie no terceiro e quarto filme de “Toy Story”.
Agora, regressou ao estúdio para trabalhar em “Vaiana”, na sequela da produção que, em 2016, arrecadou 650 milhões de euros em todo o mundo. O papel foi conquistado após um casting com mais três pessoas. “Fiquei super feliz porque ela não deixa de ser uma das princesas da Disney. É um grande marco na minha carreira.” O filme estreou esta quinta-feira, 28 de novembro, em Portugal.
Luz sempre foi uma grande fã dos filmes da Disney. Na verdade, foi assim que começou o seu percurso no mundo das dobragens. Quando tinha oito anos, decidiu candidatar-se ao papel de Charlotte no filme “A Princesa e o Sapo”. Não foi escolhida, mas, a partir daí, não pararam de surgir oportunidades. Lembra-se de, com apenas oito anos, ter ido à Disneyland em Orlando e ter ficado apaixonada. “Sempre foi um mundo muito mágico para mim”, revela.
Voltar a encarnar Vaiana “foi ótimo” e a portuguesa não estava à espera que fosse acontecer, até porque a produção original não deixou pontas soltas ou indícios de que poderia haver uma continuação da história. “Entre tudo o que fiz, foi o trabalho que mais gostei porque tenho muitas parecenças com a personagem em termos de personalidade.”
As gravações do primeiro filme decorreram há quase uma década, numa altura em que Luz Fonseca ainda era adolescente. Lembra-se de ter de puxar uma voz mais adulta sempre que lia as falas, algo de que teve de se relembrar quando voltou ao estúdio. Agora que já tem “uma voz mais adulta”, tudo foi mais fácil.
O maior desafio foi mesmo “pôr intenção na voz”, porque em “Vaiana 2”, a protagonista lidera uma tripulação enquanto tenta derrotar um mal que pode colocar um ponto final no seu mundo idílico. “Tive de dar a entender que ela agora está numa posição mais elevada. O meu diretor disse-me para fingir que estava na tropa”, brinca.
As gravações foram divididas em secções de quatro horas, ao longo de três dias. Embora seja apaixonada pelas dobragens, Luz Fonseca admite que é um “ramo difícil de entrar”. “Temos de dar tudo na voz. É muito desafiante, mas também muito giro.”
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