O conceito não tem nada de novo. “Chucky” existe há 35 anos, já protagonizou oito filmes e tem neste momento uma série de televisão. Desde 2014, estrearam três filmes de “Annabelle”. Mas a mais recente boneca assombrada está a ser um sucesso nos cinemas. “M3gan” estreou em Portugal a 12 de janeiro.
A ideia surgiu entre James Wan (“Saw”, “Insidious”, “The Conjuring”) e Akela Cooper (“Luke Cage”), que já tinham trabalhado juntos em “Maligno” (2021). Apresentaram o projeto à Warner Bros., que preferiu não ficar com o filme por já ter “Annabelle” no seu catálogo. James Wan levou então a ideia de “M3gan” ao conhecido produtor de terror Jason Blum, da Blumhouse Productions, que trabalha com os estúdios da Universal Pictures. O resultado pode agora ser visto nos cinemas.
Ao contrário de outras histórias, como a de Chucky, esta boneca não atormenta a sua criança. Aliás, é bastante protetora. M3gan — uma espécie de acrónimo para “Model 3 Generative ANdroid” — é uma boneca tecnologicamente avançada que serve quase de babysitter e tutora para crianças. Mas comecemos pelo início.
Cady é uma rapariga de nove anos que, de repente, fica órfã. Graças a este acontecimento trágico, passa a viver com a tia, Gemma, que não é propriamente a melhor figura maternal do mundo. Gemma dedica-se muito ao trabalho e tem pouco tempo para a sobrinha. E existe uma psiquiatra indicada pelo estado a acompanhar a relação entre as duas — para averiguar que tudo corre bem neste processo de transição.
Gemma trabalha numa empresa de brinquedos que está a desenvolver um produto inovador — a tal boneca M3gan. Move-se muito mais como uma pessoa do que como um boneco arcaico, tem a capacidade de reter informação e de se adaptar àquilo que vai aprendendo, e rapidamente Cady se transforma na primeira cobaia infantil deste novo produto. Afinal, pode resolver os problemas de Gemma com a sobrinha, dando-lhe indicações práticas (como lembrando-a que deve lavar os dentes) e fazendo-lhe companhia.
O resto é o que se pode imaginar. Apesar de ser protetora de Cady, M3gan vai protagonizar momentos de terror com outras pessoas — embora este seja um filme pensado para maiores de 13 anos, o que faz com que a violência não seja muito explícita nem agressiva. Além disso, “M3gan” inclui várias peripécias cómicas, num filme que explora o luto e o conceito tradicional da criatura que ultrapassa o criador.
Nos EUA, a produção realizada por Gerard Johnstone está a ser bastante bem recebida nos cinemas. Só ficou atrás do novo “Avatar”. De acordo com o “The New York Times”, superou as expetativas da Universal Pictures em 30 por cento. Tanto que os estúdios já encomendaram uma sequela.
Segundo o prestigiado jornal norte-americano, “M3gan” tem sido um sucesso junto do público mais jovem. Cerca de 44 por cento da audiência tem menos de 24 anos. Ao contrário de outros géneros, o terror tem conseguido atrair público às salas numa altura em que os números continuam significativamente abaixo — cerca de 35 por cento, a nível global — das bilheteiras de 2019, no período pré-pandemia.
“O público jovem deseja ver estes filmes com os amigos, no grande ecrã, para ter o maior entusiasmo possível”, explica o analista David A. Gross ao “The New York Times”. A grande campanha de marketing da Universal também terá sido decisiva: no digital, onde a conta de M3gan no Twitter até trocou galhardetes com a de Chucky; mas também em ativações de marca físicas e presenciais.
O elenco do filme inclui nomes como Violet McGraw, Allison Williams, Ronny Chieng, Amie Donald, Jenna Davis, Brian Jordan Alvarez, Jen Van Epps, Stephane Garneau-Monten ou Lori Dungey, entre outros.
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