Quando a atriz Maika Monroe viu Nicolas Cage em personagem pela primeira vez para “O Colecionador de Almas”, a sua pulsação aumentou de 76 para 170 batidas por minuto. “Foi uma experiência visceral que eu nunca vou esquecer”, contou à “Entertainment Weekly”. “Estava extremamente assustada e à beira de ter um ataque de pânico.”
Este momento foi gravado e usado como promoção ao filme que chegou esta quinta-feira, 25 de julho, aos cinemas nacionais. Minutos depois, o vídeo tornou-se viral na rede social X (antigo Twitter).
A obra acompanha Lee Harker (Maika), uma nova e talentosa agente do FBI designada para investigar o caso em aberto de um assassino em série. À medida que a situação toma rumos complexos e desenterra provas de ligações a práticas ocultas, descobre uma ligação pessoal com o impiedoso assassino (Cage) e tem de correr contra o tempo para o deter antes que ele volte a atacar. Satanismo e muito sangue também fazem parte da história.
Para captar uma reação genuína da atriz, o realizador Osgood Perkins não a deixou ver Cage em personagem até terem de contracenar pela primeira vez, durante uma espécie de interrogatório que decorreu no carro de Lee Harker.
“Foi graças a esta cena que quis fazer o filme. É muito explosiva e há muito antecipação até esta finalmente acontecer. Estava muito entusiasmada para a gravar”, conta a norte-americana que no passado protagonizou “It Follows”, outro marco do cinema de terror moderno.
Lembra-se que naquele dia, a energia no set era completamente diferente. Em todos os cantos do estúdio sentia-se a tensão de toda a gente, desde o elenco até aos assistentes de produção. “Todos sabiam que era este o dia e que era esta a cena mais importante. Ver o Nic pela primeira vez foi chocante. Foi uma experiência quase traumatizante”, descreve.
A atriz de 31 anos revela que uma atuação pesada como esta pode realmente ter um impacto na saúde mental, mas ela, que já é experiente no género, tem vários truques para conseguir descomprimir.
Quando chegava a casa, via sempre uma comédia romântica mais leve, como “10 Coisas Que Odeio em Ti”, “You’ve Got Mail” e “Um Amor Inevitável”. “É um processo que, para mim, funciona bastante bem.”
Para construir o assassino Longlegs, Nicolas inspirou-se na própria mãe. O ator lembra-se de ter dois anos e de ir à casa de banho quando a progenitora fazia a rotina de skincare. “Quando ela se virou para mim, estava com a cara cheia de creme branco. Essa imagem assustou-me imenso”, conta à mesma publicação.
O facto da sua mãe ter lutado contra a esquizofrenia também o inspirou. “O que a levou à loucura? Eu tentei pensar nisso e implementei algumas das coisas que ela fazia na minha personagem, como falar de uma forma quase poética. Ele é uma entidade trágica e tem vozes na cabeça que lhe dizem para fazer coisas horríveis.”
Ao longo da obra, apenas temos vislumbres do seu rosto até à revelação final. Este é um dos aspetos mais marcantes da produção. “Ele está sempre a esconder-se nas sombras, mas nós sabemos que ele está lá à espera do melhor momento para atacar”, reforça.
Várias publicações internacionais, como o “Washington Post”, e críticos estão a dizer que “O Colecionador de Almas” é um dos filmes “mais assustadores e perturbadores desta década”.
No agregador Rotten Tomatoes, conta com uma avaliação de 86 por cento. “Parte do que torna a produção tão eficaz é o facto de não depender realmente de segredos ou surpresas. O realizador evoca uma atmosfera de pavor tão intensa que é praticamente à prova de spoilers”, descreve a “NPR”.
“Para a minha sensibilidade (talvez já amaldiçoada), ‘O Colecionador de Almas’ não é um artefacto inabalável de malevolência, mas mais uma faca nas costas: é desagradável, preciso e inesperado”, comenta o “The Independent”.
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