Cinema

Novo filme de “Predador” está a ser super elogiado — é o melhor desde o original

Estreou nos últimos dias em Portugal, e tem passado ao lado. É uma prequela com personagens diferentes.
O filme está na Disney+.

Há sagas icónicas que, exploradas até à exaustão, acabam por ir perdendo impacto e qualidade. Talvez “Predador” seja uma delas. Depois do filme icónico de 1987, estrearam três sequelas nos cinemas. Seguiram-se os livros e os videojogos. E até houve uma fusão com a história de “Alien”, que deu origem a dois filmes e a mais uma série de projetos. A perda de relevância foi-se sentindo nas críticas e mesmo na quantidade de interessados.

Agora, a tendência pode estar a inverter-se. Sexta-feira, 5 de agosto, estreou o novo filme da saga, a prequela “Prey” — ou “O Predador: Primeira Presa”, em português. Nos EUA está disponível na plataforma de streaming Hulu, em Portugal pode conhecer a história na Disney+. 

Realizado por Dan Trachtenberg, o filme passa-se na América de 1719. É uma época em que os exploradores europeus estão a invadir o território índio, a destruir as comunidades e a assassinar os nativos. É nesse contexto, na região comanche, que outro invasor aparece — o Predador.

A protagonista do enredo é Naru. Foi treinada para ser uma curandeira, mas sonha tornar-se uma caçadora como o irmão Taabe. Certo dia, repara numa anomalia no céu — que julga tratar-se de uma criatura sobrenatural venerada pela sua comunidade. Na verdade, é a nave espacial do Predador.

De qualquer forma, Naru interpreta a aparição como um sinal de que deve seguir em frente — e tornar-se de facto uma caçadora. Taabe aceita levá-la numa caça a um puma que atacou um dos membros da tribo. É no meio da natureza, num ambiente recheado de tensão e animais perigosos, que os índios se deparam com a criatura alienígena. Pelo meio, têm ainda de lidar com os violentos exploradores franceses.

Trata-se de uma narrativa simples, baseada no suspense e na ação, com várias alusões ao filme original protagonizado por Arnold Schwarzenegger. Em termos temáticos é, aliás, um regresso ao retrato do colonialismo. O primeiro filme acompanha um esquadrão de militares americanos a participar numa missão clandestina num país estrangeiro da América Central. Eles são invasores ali. E tudo corre desastradamente mal. Foi interpretado por muitos como uma crítica à ação externa dos EUA noutros países. Os soldados americanos acabam por também se tornarem alvos de um invasor — que, tal como eles, possui tecnologia avançada.

Neste caso, “Prey” inspira-se na figura dos grandes caçadores caucasianos — que faziam grandes expedições de caça em África, por exemplo, o que também simboliza a opressão a que sujeitavam os povos locais. E tal como os europeus invadiram terras africanas e americanas com armas avançadas e montando armadilhas, há um Predador a fazer exatamente o mesmo. 

Da mesma forma que os caçadores tiravam os dentes de marfim dos elefantes mortos, esta criatura leva os próprios troféus. “Prey” é um thriller de ação e terror que se foca na questão colonial, retratando os horrores da época mais do que a versão muitas vezes romanceada que existe sobre aquele período na história da América.

Num determinado momento, Naru depara-se com uma série de búfalos mortos e sem pele. Evoca diretamente uma cena da produção original, quando os protagonistas encontram uma série de cadáveres sem pele pendurados numa árvore. Aqui, contudo, o mal foi cometido pelo homem — pelos exploradores franceses que pretendem acabar com os meios de subsistência dos índios.

O filme está a ser amplamente elogiado pela crítica. No Rotten Tomatoes, site que aglomera as classificações da imprensa especializada, tem um impressionante resultado de 92 por cento textos favoráveis. No Metacritic, que também se baseia em críticas, tem uma classificação de 7,1 numa escala de 0 a 10. É o filme com melhores resultados em ambos os sites de toda a saga de “Predador”.

A “Rolling Stone” descreveu a prequela como “uma obra-prima há muito esperada” e um “destaque da saga”. Na “The Verge”, também foi muito elogiado: “O que faz com que resulte é a simplicidade. Nunca se afasta do seu conceito, vai criando a tensão aos poucos antes de chegar a uma batalha entusiasmante”.

O elenco inclui nomes como Amber Midthunder, Dakota Beavers, Dane DiLiegro, Stormee Kipp, Michelle Thrush, Julian Black Antelope ou Stefany Mathias, entre outros. Carregue na galeria para conhecer outras novidades das plataformas de streaming.

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