O filme português “1618”, realizado por Luís Ismael, já conquistou mais de 60 prémios internacionais em festivais de cinema e é, atualmente, a produção portuguesa mais premiada de sempre. Depois de estrear nos cinemas nacionais em setembro do ano passado, a mega produção cinematográfica vai chegar à HBO Max já no dia 3 de fevereiro, sexta-feira.
Apesar de ter percorrido o mundo, a ação acontece no Porto, precisamente no ano do título, 1618. Na altura viviam-se os tempos conturbados da Inquisição, que perseguia os judeus um pouco por toda a Península Ibérica. Os cristãos-novos, recém convertidos, eram suspeitos de práticas judaicas, então consideradas heresias pela Igreja Católica. A punição esperava-os e, com medo, muitos planearam a fuga para outros destinos na Europa.
É neste contexto que são apresentadas as personagens principais. Sebastião Matos de Noronha (Francisco Beatriz) é o representante da Inquisição que chega ao Porto para investigar as heresias. O primeiro alvo é António Álvares (Pedro Laginha), um mercador que, sob ameaça, começa a preparar a sua fuga.
Inspirada em factos reais, a produção nasce da vontade da Comunidade Judaica do Porto de promover o combate ao antissemitismo, em conjunto e com o apoio da diocese católica do Porto. No seu centro está a comunidade sefardita, que está em maioria na comunidade religiosa portuense — que, nos últimos tempos, tem vivido sob a sombra da controvérsia da detenção do rabino, por suspeitas de alegadas irregularidades na atribuição da nacionalidade portuguesa a judeus com origens sefarditas em território português.
O projeto cinematográfico revelou-se uma empreitada com uma dimensão poucas vezes vista em Portugal. Terão participado nas filmagens mais de 200 figurantes, durante um ano de gravações.