Estreou na sexta-feira, 20 de agosto, e bastaram três dias para ficar no topo do pódio das tendências da Netflix. Falamos de “Sweet Girl”, filme de ação protagonizado por Jason Momoa e dirigido por Brian Andrew Mendoza.
Trata-se de um drama vingativo. Momoa interpreta Ray Cooper, um homem de família à procura de justiça contra uma gigante empresa farmacêutica — a responsável por retirar do mercado um medicamento que poderia salvar a sua mulher e evitar que esta morresse de cancro. A sua busca pela verdade leva-o a colocar-se a si (e à sua filha Rachel) numa situação de enorme perigo.
A questão é que, perto do final da história, é revelado algo completamente inesperado. Durante a maior parte do filme, parece que Ray e Rachel (Isabela Merced) estão a trabalhar juntos em busca de vingança — mas por volta dos 80 minutos, uma reviravolta mostra-nos que aquilo não passava de uma certa fantasia.
Durante um impasse com um agente do FBI no topo de um edifício, é revelado que Rachel está, na verdade, a fazer as coisas sozinha. O seu pai, Ray, tinha sido morto dois anos antes, no mesmo incidente que tinha levado à morte do jornalista no início do enredo.
Ou seja, sempre que vimos Ray a fazer coisas no período a seguir a esse acontecimento, foi, na verdade, Rachel. Foi ela que matou Simon Keeley e Shah, e que teve o confronto com o assassino no restaurante. Todos aqueles atos de grande violência foram cometidos por ela.
Enquanto espectadores, só podemos presumir que todos os diálogos que aconteceram entre pai e filha foram totalmente imaginados por Rachel — embora haja até um indício de que ela acredite que de alguma forma se tenha tornado no seu pai: por isso é que frequentemente deve dizer o seu nome. É como se encarnasse o seu pai para aquelas ações de violência.
A história continua a partir dessa revelação: Rachel salta do edifício para não ser apanhada pelo FBI (já tínhamos assistido àquela cena no começo do filme, mas com Ray) e acaba por ir parar a uma ambulância após sofrer algumas feridas. Rachel toma o controlo da ambulância, provoca um acidente e escapa em direção a Pittsburgh, a última paragem da sua missão.
Nesta cidade, vai a um comício da política Diana Morgan, cuja corrupção foi uma das maiores razões para que a sua mãe não tenha recebido o tratamento devido. Lá, depara-se novamente com o assassino, mas consegue esfaqueá-lo antes de encontrar Morgan no seu gabinete.
Consegue extrair a sua confissão e, quando parece que a vai assassinar, Rachel deixa-a escapar — mas entrega a gravação ao FBI. A seguir, tem de fugir, e vai para um sítio do qual tem ótimas memórias com a mãe e o pai.
Em entrevista ao “Collider”, o realizador Brian Andrew Mendoza disse que foi um dos elementos que mais o entusiasmaram para querer fazer este filme. “Gostei do desafio. Se isto fosse bem feito, podia ser uma das melhores partes da história. E gostei bastante que, na estrutura do filme, tipicamente se algo assim acontece, é nos últimos cinco minutos. E neste caso descobres aquilo e leva-te para o terceiro ato que é todo sobre a personagem. É construir a personagem da Rachel e continuar a acompanhá-la no último passo da sua jornada, e foi assim desde o primeiro rascunho do guião.”
Mendoza disse ainda que, se os espectadores virem o filme novamente ou andarem para trás para assistirem a algumas cenas, vão reparar nalgumas pistas sobre o que estava realmente a acontecer. “Porque é que o Jason Momoa teria dificuldades em defrontar o Justin Bartha?”, questiona o cineasta. Porque sempre foi Rachel, claro.
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