Gravar “A Filha do Rei do Pântano” não foi uma experiência fácil para Daisy Ridley, de 31 anos. As filmagens decorreram em áreas remotas do Canadá, onde até as tarefas mais simples eram difíceis de realizar. “Era necessário conduzir durante uma hora, fazer uma travessia de 45 minutos num barco e caminhar mais 20 só para irmos à casa de banho. Quando estávamos impacientes para gravar as cenas, aquela gincana parecia uma viagem ao fim do mundo”, contou a atriz ao site “Collider”.
O filme chega esta sexta-feira, 19 de janeiro, à Prime Video, e conta uma história perturbadora. Ridley interpreta Helena, uma mulher que vive com o marido e filhos numa pequena cidade nos Estados Unidos. Ali ninguém sabe é que é filha de um notório sequestrador conhecido como “O Rei do Pântano”.
Nasceu e cresceu na selva com a mãe e com o pai que as tinha raptado. A narrativa intercala a atual vida de Helena com flashbacks da sua infância no isolado pântano, onde ela e progenitora foram mantidas em cativeiro por quase 12 anos.
Independentemente das suas circunstâncias, Helena conseguiu construir uma vida bastante feliz. Tudo muda quando o pai escapa da prisão e o passado volta para a assombrar. Determinada a proteger a sua família, Helena embarca numa perigosa jornada para capturar o progenitor.
A busca por vingança leva-a a descobrir segredos surpreendentes sobre o seu passado e a sua verdadeira identidade. Confrontada com os próprios demónios internos, terá de lidar com eles para superar as adversidades.
“Recebi o primeiro guião durante a pandemia da Covid-19, quando já estava sem trabalhar há algum tempo. Fiquei imediatamente entusiasmada. A tristeza veio pouco depois, quando pensei que talvez nunca se concretizasse devido ao estado do mundo. Felizmente, as coisas correram bem e o projeto avançou.”
Daisy Riley já fã da história antes de ter sido selecionada para o papel. “A Filha do Rei do Pântano” é baseado na obra homónima de Karen Dionne, publicada em 2017. A revista “Library Journal” considerou-o melhor thriller do ano. “O livro é bem mais sombrio do que o filme. Quando comecei a lê-lo simplesmente não conseguia parar”, revelou.
Jacob, o pai abusivo da protagonista, é interpretado por Ben Mendelsohn. Apesar da relação complicada das respetivas personagens na trama, passaram as gravações “na brincadeira” e tornaram-se grandes amigos. “Temos personalidades muito semelhantes. Ele chegava ao set com o rádio a tocar música em altos berros, e começava a imitar uma ovelha do nada, simplesmente porque é assim. Tem algo de muito cativante”, brincou Riley.
Assim que as câmaras começavam a filmar, entrava de imediato no estado de espírito adequado à cena. E “É um homem muito complexo.” O adjetivo também pode ser usado para descrever a relação entre as personagens que interpretam.
“A Helena sente muito afeto pelo marido e pela filha, mas parece ter uma história de amor com o pai. Percebo que seja bizarro dizer isto, mas o relacionamento deles é muito estranho e tóxico. Apesar de todas as coisas negativas que fez, foi ele quem a criou, magoou e ameaçou — e, ao mesmo tempo, que a amou.”
O filme marcou muitas estreias para Ridley que, no passado, deu vida a Rey na saga “Star Wars”. “Já tinha usado armas especiais, mas nunca tinha usado armas a sério. Tive de treinar durante muitos dias”, revelou. Estas, claro, não tinham balas reais.
E, foi também a primeira vez que a atriz britânica teve de reproduzir o sotaque dos Estados Unidos para interpretar uma personagem. “Estava muito nervosa, mas tive um treinador incrível. Também era stressante porque gravámos no Canadá. A Joey Carson, que interpreta a minha filha, é canadiana, e estava rodeada de canadianos. Só pedia a Deus para acertar à primeira”, recordou.
Após esta experiência, Ridley quer continuar a apostar em personagens que nunca interpretou antes. “Quero chegar a géneros diferentes. Estou muito entusiasmada para o que aí vem”, acrescentou.
“A Filha do Rei do Pântano”, realizado por Neil Burger, está a dividir opiniões — algo que se comprova no site Rotten Tomatoes. A crítica avalia o filme com uma pontuação de 39 por cento, enquanto o público lhe atribuiu uma avaliação de 73 por cento.
“Para um thriller funcionar, temos de tentar adivinhar o que irá acontecer a seguir. Porém, a partir do exato minuto em que o Jacob saiu da prisão, sabemos logo como a história se vai desenrolar. É tudo muito previsível”, considera o canal de televisão KLRT.
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