“Desde o início dos tempos, desde a primeira menina que existem bonecas”, começa por dizer uma voz que narra as imagens de uma paisagem deserta. Ao som de “Assim Falou Zaratustra”, de Richard Strauss, não é um monólito que capta a atenção das crianças que vivem agarradas às suas bonecas, mas umas longas e esquias pernas.
“As bonecas eram sempre bonecas bebés, até que…”, conclui a voz. A sequência — totalmente inesperada — é uma clara alusão à abertura do clássico “2001: Odisseia no Espaço” de Stanley Kubrick e faz parte do primeiro teaser de “Barbie”, o aguardado e curioso filme de Greta Gerwig, escrito em parceria com Noah Baumbach.
Outra surpresa: para os mais distraídos, a voz que narra a cena é nada mais nem menos do que a de Helen Mirren. A boneca que capta a atenção das crianças é, claro está, Margot Robbie, a atriz encarregue de encarnar a icónica boneca da Mattel. De Ryan Gosling, o Ken, nem sinal.
O teaser é mais uma prova de que o resultado final de “Barbie” é totalmente imprevisível. Um tema abordado pela própria protagonista — estrela de alguns dos maiores filmes do momento, “Amesterdão” e “Babilónia” — que defende a produção. “As pessoas ouvem falar em Barbie e pensam ‘oh, já sei o que vai ser o filme’. Depois ouvem que é a Greta Gerwig que está a escrever e a realizar e pensam ‘oh, bem, assim já não sei…’.”
A três vezes nomeada para os Óscares Greta Gerwig faz-se acompanhar de um elenco com nomes como Will Ferrell, Michael Cera, Kingsley Ben-Adir ou Kate McKinnon. “Senti vertigens quando comecei a escrever [o filme]”, explica Gerwig. “Como é que começas? Por onde começas? O que vai ser a história? O sentimento que tinha era de que seria aterrador e interessante, em simultâneo. Normalmente, é aí que surgem as coisas realmente boas, quando dizes: ‘Tenho absoluto pavor disto’, ‘Isto pode arruinar a minha carreira’. Depois, às tantas, pensas: bem, então devia fazê-lo.”
Atualmente ainda em fase de pós-produção, “Barbie” deverá chegar aos cinemas em julho de 2023.