Numa cidade estranha, onde cada esquina sussurra segredos em idiomas que não compreende e cada sombra esconde um perigo silencioso, Julia entra numa espiral descendente de paranoia e medo. “Observada” estreou na Netflix em Portugal no início de fevereiro e, atualmente, é o segundo filme mais visto no País.
O thriller psicológico que desafia os limites entre a realidade e a imaginação foi realizado por Chloe Okuno e estreou nos cinemas em 2022. A narrativa acompanha Julia (Maika Monroe), uma jovem norte-americana que se muda com o marido, Francis (Karl Glusman), para Bucareste, na Roménia.
A mudança representa um regresso a casa para Francis, mas para Julia, é uma entrada num mundo desconhecido, onde não conhece a língua, os costumes, nem tem uma rede de apoio social. Esta situação de isolamento e desorientação leva a mulher a sentir-se observada, particularmente por um vizinho do prédio em frente, interpretado por Burn Gorman. A narrativa gira em torno da crescente paranoia de Julia, que começa a suspeitar que o homem misterioso poderá ser Spider, um assassino em série local que tem como alvo mulheres jovens.
O desempenho de Maika enquanto Julia foi amplamente elogiado pela capacidade de transmitir, simultaneamente, vulnerabilidade e resiliência. Karl Glusman, que interpreta Francis, traz uma nuance de desatenção e distração profissional que contribui para o isolamento da mulher. Já Burn Gorman, como o vizinho enigmático, adiciona uma camada de tensão e mistério ao filme, embora o seu tempo no ecrã seja relativamente limitado.
Muitos críticos também destacaram a construção do suspense ao longo da narrativa. Outros apontaram para o ritmo por vezes lento, contudo, pode ser visto como uma escolha estilística para aumentar a tensão. A obra tem sido comparada a fenómenos do género, como “Janela Indiscreta” de Alfred Hitchcock.
No agregador Rotten Tomatoes, tem uma pontuação média de 88 por cento atribuída pelos críticos. “Um thriller arrepiante e elegante”, descreve a “Associated Press”. “Este magnífico thriller nostálgico, habilmente elaborado, confirma Okuno como um talento a seguir. Além disso, desafia o espectador a questionar no quê e em quem escolhemos acreditar – e porquê”, acrescenta o “Los Angeles Times”.
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