“Li o guião, fiz um filme, li o guião novamente, fiz outro filme, li o argumento mais uma vez e depois decidi que estava na altura certa”. A história de Michael Keaton com “Pacto de Redenção” tem sido atribulada. Desde o início que se sentiu atraído pela longa-metragem, mas sabia que tinha de dedicar toda a sua energia à obra. Esteve na gaveta durante vários anos, até finalmente o ter ido buscar em 2021. O resultado chegou esta quinta-feira, 1 de agosto, às salas de cinema nacionais.
“Demorei um pouco”, confessa ao “IndieWire”. Primeiro, seria apenas o protagonista, mas acabou por ficar também com o cargo de realizador. Quando assumiu esta função, percebeu o quão delicada era a história escrita por Gregory Poirer em termos de balanço de tons. O ator descreve a produção como uma forma cinematográfica de Jenga, o popular jogo de tabuleiro em que temos de empilhar tijolos enquanto removemos outros.
“Não fazia sentido sequer começar se não estivesse tudo bem alinhado e definido. Se um único aspeto não funciona, então um filme também não vai resultar. Não é uma daquelas obras em que podemos dizer: ‘A história não é interessante, mas vai servir'”, realça o norte-americano de 72 anos.
Keaton encarna um assassino a soldo que enfrenta o diagnóstico de uma forma acelerada de demência. Esta personagem encontra uma oportunidade de redenção ao tentar salvar a vida do seu filho adulto, após ter cometido um erro no passado.
Para alcançar este objetivo, precisa lidar com a polícia que o persegue, bem como com a deterioração da sua mente, que o está a transformar gradualmente numa pessoa cada vez mais senil e em extrema vulnerabilidade. Al Pacino também tem um papel de destaque.
Uma das maiores dificuldades foi curto período destinado às gravações: 25 dias, para sermos exatos. A história, contudo, pedia muito mais do que isso, visto que “é bastante complexa”. Agora, Michael Keaton não recorda a pressão sentida como algo negativo, mas sim como um incentivo. “Não tínhamos tempo para duvidarmos do que estávamos a fazer, o que foi ótimo.”
Isto também fez com que o realizador — é a segunda vez na sua carreira que tem esta função (a primeira foi em 2008 com “Má Companhia”) — tivesse de pensar de forma estratégica. Muitas vezes, escolhia localizações que fossem próximas para conseguir rentabilizar ao máximo o tempo que tinha. “Poupei muito dinheiro à produção e sabia que o poderia usar mais adiante”, confessa.
A frugalidade foi recompensada quando, na fase de edição, percebeu que faltavam cenas a conduzir para dar mais ritmo ao filme. Felizmente, tinha os fundos necessários para o fazer. “Fiz tudo o que foi possível para me certificar de que as pessoas não ficavam aborrecidas nas salas de cinema.”
No Rotten Tomatoes, “Pacto de Redenção” tem uma pontuação de 63 por cento dos críticos e 84 por cento do público. “O segundo filme de Keaton como estrela e realizador tropeça, mas ergue-se novamente com a força de capacidade do ator em trazer a sua inteligência arrepiante como ator para o seu trabalho atrás das câmaras nesta história sombria e cómica de um assassino que está a perder uma batalha contra a demência”, descreve a “ABC News”.
Carregue na galeria e conheça algumas das séries e temporadas que estreiam em agosto nas plataformas de streaming e canais de televisão.