Não é raro vermos manequins tornarem-se em atrizes de sucesso em Hollywood. Cara Delevingne e Kaia Gerber, filha de Cindy Crawford, são apenas alguns dos exemplos. Este paradigma também se verifica fora dos Estados Unidos. Em Itália, o caso mais recente é o de Caterina Ferioli que se vai estrear esta quinta-feira, 4 de abril, em “O Fabricante de Lágrimas”, o novo filme original da Netflix — e que vai pôr toda a gente a chorar.
A história baseia-se em “Fabbricante di lacrime”, livro de Erin Doom de 2021 e que é atualmente uma das publicações mais badaladas no TikTok, mais especificamente no BookTok, nome dado aos vídeos sobre conteúdos literários. A obra já vendeu mais de 650 mil cópias em todo o mundo
“Entre as paredes do orfanato onde Nica cresceu, histórias e lendas sempre foram contadas à luz das velas. A mais famosa de todas é a do Fabricante de Lágrimas, um misterioso artesão, com olhos claros como vidro, uma figura aterradora que forja todos os medos que habitam no coração das pessoas”, lê-se na descrição.
Quando, aos 17 anos é adotada pelo casal Milligan, acredita que está a deixar para trás este mundo de contos de fadas sombrios, mas os Milligan também adotam Rigel, um órfão inquieto e misterioso e ele é a última pessoa que a protagonista desejaria como irmão adotivo.
O rapaz é inteligente, incrivelmente bonito, mas a sua aparência angelical esconde um temperamento problemático e sombrio. Embora os dois partilhem um passado comum, viverem juntos parece impossível. Especialmente quando a lenda reaparece nas suas vidas e o Fabricante de Lágrimas se torna subitamente cada vez mais real.
“Nica, doce e corajosa, está disposta a tudo para defender o seu sonho, porque só se tiver a coragem de enfrentar os pesadelos que a atormentam é que poderá finalmente voar livremente como a borboleta que leva o seu nome”, conclui.
A rapariga é interpretada por Caterina, de 20 anos. Desde os 16 que trabalha como modelo e agora estreia-se como atriz. “É uma emoção muito forte e estranha”, começa por contar à “Cosmopolitan” italiana. Não foi a italiana que se candidatou ao papel, mas sim Alessandro Genovesi, o realizador, que lhe lançou diretamente a proposta. “Foi uma surpresa maravilhosa”, confessa. Mesmo assim, ainda precisou de fazer uma audição.
Muitas das outras concorrentes já eram fãs do livro de Erin Doom. Caterina desconhecia a obra. “Fui um pouco às cegas, mas correu bem. A minha mãe já tinha lido e era uma grande fã. Disse-me logo que eu também ia gostar. Quando consegui o papel, devorei o livro em poucos dias.”
Além do amor, outro tema central do filme é o crescimento de Nica. No início, é uma jovem traumatizada e cheia de mágoas. Tem medo do contacto físico e, acima de tudo, recusa criar ligações emocionais com as pessoas à sua volta. Ao poucos vemo-la a amadurecer. “Ela não sabe amar nem aceitar o bem que lhe é dado. Ela tem dificuldades, mas a evolução é a parte mais bonita da história.”
Felizmente, Caterina assume que teve uma infância feliz em Borgonha, onde cresceu e sempre viveu. Estas realidades distintas foram um desafio quando teve de encarnar a protagonista. Como tinha pessoas experientes ao pé de si, absorveu todos os conselhos que lhe deram. “Desconstruí tudo o que sabia sobre os sentimentos humanos. A Nica é como uma criança e com ela consegui trazer à tona todas as emoções profundas necessárias a esta profissão”, revela.
O desenvolvimento desta personagem só é possível graças à participação de Rigel, o típico bad boy “ferido e irresistível”. O rapaz é interpretado por Simone Baldasseroni, de 25 anos. “Estávamos juntos 15 horas por dia no set e trabalhávamos as nossas personagens em conjunto. Rapidamente encontrámos o nosso equilíbrio.”
Mas nem tudo foi felicidade. Ao longo dos meses, foram várias as discussões que explodiram entre ambos os atores. “Também houve momentos de ódio e discutimos muito, mas só porque nos amávamos. Foi muito intenso”, revela a modelo.
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