As aplicações de encontros são cada vez mais o ponto de partida de muitas relações. Mas certamente que as celebridades, com o seu perfil público, número elevado de pretendentes e vida social ativa, não precisam delas para nada. Certo? Errado. Que o digam a cantora Lilly Allen e o ator David Harbour, que se conheceram e deram início a uma relação numa das muitas dating apps.
A aplicação em causa chama-se Raya e não é uma app de encontros tradicional, mas já la vamos. Juntos desde 2019, o casal vive agora uma dura separação: ao que parece, Harbour foi apanhado novamente na aplicação, sem o consentimento da companheira. Devastada, a artista internou-se numa clínica para traumas nos Estados Unidos, revelouu o “The Daily Mail” a 12 de janeiro.
Agora fora do centro de cuidados, a britânica já falou sobre a sua nova (e atribulada) vida sem o marido — casaram-se em Las Vegas em setembro de 2020. “Custa-me muito sentir interesse no que quer que seja. Estou numa espiral descendente”, contou no podcast “Miss Me?”, da BBC, que Lily Allen apresenta com Miquita Oliver, uma amiga.
No episódio transmitido a 16 de janeiro também referiu que sofre de ataques de pânico e que se sente permanentemente exausta, sem vontade de sair de casa. “Não me consigo focar em nada a não ser na dor que estou a sentir”, explicou.
A cantora não poupou no esforço para descobrir se estava a ser traída por David Harbour, uma das estrelas de “Stranger Things”. Desconfiada de que o marido estaria de volta às aplicações de encontros, decidiu reativar o perfil e colocou a sua preferência para mulheres — e encontrou várias modelos que o ator seguia no Instagram.
Depois de algum tempo, veio a confirmação: o perfil do marido estava ativo. “Nerd que interpreta gajos durões na vossa televisão”, lia-se na descriçãorevelada pelo “The Daily Mail”.
Antes pouco conhecido em Portugal, a Raya despertou atenções em 2024, depois de Iva Domingues ter confirmado no podcast “Debaixo da Língua”, de Rui Maria Pêgo, que era uma das muitas utilizadoras. Conhecida como “o Tinder dos ricos e famosos”, foi criada em 2015 e apenas é compatível com o sistema iOS (Apple). Um dos fundadores é Jesse Johnson, meio-irmão da atriz Dakota Johnson.
Na Raya só se podem inscrever maiores de 17 anos e apenas mediante alguns critérios. O perfil passa por um processo rigoroso de seleção que tem de ser aprovado por uma equipa que avalia, por exemplo, o grau de beleza de cada um. O número de seguidores no Instagram é outro fator crucial e inclui até um link para a página da pessoa, para confirmar a identidade. E não pense que vai poder mostrar ao mundo o conteúdo das suas conversas. Existem várias políticas de privacidade, como a proibição de fazer capturas de ecrã.
Ainda assim, durante o podcast, Iva Domingues acabou por nomear algumas das celebridades com quem já se cruzou na app. “Vi o John Mayer que, sim senhor, quando ele quiser jantar é só ligar. Aquele homem tem tudo. Já me apareceu algumas vezes, mas nunca fizemos match. Na primeira vez que me cruzei com ele, o perfil dizia: ‘só estou para fazer amigos’. E, depois, quando começo a ler a descrição, a primeira frase dele é: ‘Não, não estou aqui só para fazer amigos’. Não é bom?”, disse, referindo-se ao músico norte-americano.
Outros exemplos famosos que também têm (ou tiveram) perfis na aplicação são Michael B. Jordan, Zac Efron, Cleo Pires, Bruna Marquezine, Ben Affleck, Demi Lovato, Channing Tatum e, pelos vistos, David Harbour. Mas não são apenas atores e influencers que andam por lá. A Raya garante que valoriza pessoas que ocupem cargos inovadores e pouco comuns, como cientistas da NASA ou investigadores da luta contra o cancro.
Outro dos fatores que diferenciam a aplicação é o facto de em vez de apenas utilizar fotografias, haver a possibilidade de fazer slides com músicas escolhidas pelos utilizadores. Desta forma, o match também pode acontecer com base nos gostos musicais.
De resto, o funcionamento é semelhante ao de outras apps do género. Quando gosta de alguém, basta deslizar o ecrã para a direita; e, caso não goste, para a esquerda. Caso a pessoa de quem gostou também goste de si, é feito um match e a partir daí podem trocar mensagens.
Se também quer aderir à aplicação, temos más notícias. Segundo o jornal americano “The New York Times”, havia mais de 100 mil pessoas em lista de espera, em junho de 2018. E de todos estes candidatos, apenas 8 por cento viriam a ser aceites.
Ainda assim, caso faça parte desta pequena percentagem, saiba que terá de pagar uma quantia algo elevada (comparativamente às da concorrência). Uma subscrição mensal pode ir dos 19,99€ aos 179,99€.