Cinema

“Reality”: o caso de espionagem que deu a Sydney Sweeney o primeiro papel “sério”

O filme da HBO retrata um caso real que envolveu o FBI. É um sucesso de crítica e a atriz de "Euphoria" é a principal elogiada.
A atriz senta-se à mesa dos crescidos.

Reality Winner parece um nome inventado, mas é bem real. Assim se chama a prestadora de serviços militares presa nos EUA em 2017 e condenada um ano depois. E é o nome da personagem que Sydney Sweeney interpreta em “Reality”, filme da HBO que tem levantado ondas desde que saiu, a 29 de maio. Mas vamos por partes.

A 3 de junho de 2017,  Winner chegou a casa e foi recebida por dois agentes do FBI que a interrogaram durante 104 minutos. A ex-tradutora da Força Aérea norte-americana era suspeita de ter revelado informações sensíveis sobre a possível interferência russa nas eleições de 2016.

Detida nesse mesmo dia, foi formalmente acusada em 2018 por “retirar material classificado de instalações governamentais e enviá-lo a um meio de comunicação”. A pena de cinco anos de prisão a que foi condenada foram negociados graças a um acordo, mas em 2021 já estava em liberdade condicional por bom comportamento, revelou a revista “Time”.

O caso foi amplamente noticiado na altura — inclusive pelo “The Intercept”, o exato órgão de comunicação com o qual Winner foi acusada de colaborar e que inadvertidamente a denunciou às autoridades. Após a saída da prisão, revelou ao programa “60 Minutos” que enviou os documentos por crer que os americanos “estavam a ser enganados”. Mas quer se considere que agiu bem ou não, a sua história caiu no esquecimento, até agora.

Em “Reality”, Sydney Sweeney interpreta Winner ao longo desses mesmos 104 minutos a que foi sujeita a interrogatório. Aliás, o diálogo do filme foi construído com base nas transcrições dessas duas horas de perguntas dos agentes do FBI. Após adaptar este material para a multipremiada peça de teatro “Is This a Room”, a dramaturga Tina Satter fez a sua estreia na realização com a mesma história.

O filme é um retrato da “crueldade do estado vigilante”, escreveu o “The New Republic”. E tem sido um sucesso junto da crítica. “É o tipo de filme em que as pessoas estão apenas a conversar. E é por isso que funciona”, escreveu Alissa Wilkinson na “Vox.

COntudo, o grande destaque deste thriller psicológico é a atuação de Sweeney. A sua “performance fenomenal de culpa escondida sob pressão é a arma secreta”, apontou Kevin Maher no “The Times”. Apesar de já ter construído currículo em “Euphoria” e “The White Lotus”, é com “Reality” que a atriz “teve de subir a parada e dominar um papel que carrega um filme”, sublinhou David Fear na “Rolling Stone”. “Teve finalmente o seu momento de atriz-séria e cumpriu”, conclui.

Sydney Sweeney reconheceu que a prestação foi um momento marcante na sua carreira. Para se preparar para o papel, chegou mesmo a falar com Winner, contou a atriz  à “Variety”. E acrescentou que participar neste filme possibilitou livrar-se do rótulo que ganhou ao interpretar Cassie em “Euphoria”.

“Apenas me mandam guiões parecidos. Aqueles pelos quais tenho de lutar são os que são diferentes. Em ‘Reality’ tive de fazer uma audição. Tive de gravar a minha atuação e mandá-la como toda a gente”, revela.

Tratando-se de um filme minimal, Sweeney é acompanhada no elenco por um conjunto diminuto de atores, como Josh Hamilton e Marchánt Davis, que interpretam os dois agentes do FBI.

Carregue na galeria para conhecer as novas séries que chegam à televisão em junho.

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