A Segunda Guerra Mundial, que se prolongou entre 1939 e 1945, foi uma das épocas mais sangrentas na história da humanidade. É, simultaneamente, uma grande fonte de inspiração para milhares de projetos cinematográficos, quer estes sejam produzidos em Hollywood ou não. Caso seja fã deste género, o novo fenómeno da Netflix será o próximo da sua lista. “Sangue e Ouro”, assim se chama, estreou no festival alemão Fantasy Filmfest a 21 de abril deste ano.
Cerca de um mês depois, a 26 de maio, chegou à plataforma de streaming — e desde então que tem conquistado milhões de utilizadores por todo o mundo. Portugal, claro, não é exceção. O filme original do serviço encontra-se em número dois nos conteúdos mais vistos, ficando apenas atrás de “Tin e Tina”.
A narrativa desenrola-se nos últimos dias da Segunda Guerra Mundial, que terminou a 2 de setembro de 1945. Acompanhamos o desertor alemão Heinrich (Rober Maaser) que apenas quer fugir da batalha e reencontrar-se com a sua família. Durante a fuga, depara-se com as tropas da SS, a organização paramilitar nazi.
O líder, interpretado por Alexander Scheer, deixa-o pendurado numa árvore para morrer, mas Heinrich acaba por ser salvo pela jovem e corajosa Elsa (Marie Hacke). A agricultora esconde-o na sua quinta enquanto o ajuda a curar-se dos ferimentos. Ao mesmo tempo, a SS procura um tesouro judaico que está escondido numa vila próxima.
Fartos dos abusos dos nazis, os habitantes aliam-se contra os militares, protegendo assim as suas joias e ouro. Mesmo sem quererem, os dois protagonistas são arrastados para este conflito que rapidamente se torna numa caça ao tesouro com muita ação e adrenalina. Tudo termina com um confronto sangrento na igreja da vila.
Embora as personagens sejam fictícias, a produção inclui alguns factos verídicos. Durante o último período da II Guerra Mundial, as tropas alemãs saqueavam frequentemente as cidades e vilas habitadas principalmente por judeus. Este facto já deu origem a vários outros filmes, nomeadamente “The Monuments Men: Os Caçadores de Tesouros”, protagonizado por George Clooney, Matt Damon, Cate Blanchett, Bill Murray, entre outros.
Internacionalmente, a produção alemã de Peter Thorwarth está a receber críticas mistas. No IMDb tem uma nota de 6,6 em dez com base em 2.400 avaliações. Já no Rotten Tomatoes, tem uma percentagem de aprovação de 75 por cento, tanto por parte dos críticos como dos espectadores.
O “The Guardian”, por exemplo, afirma que embora “previsível”, o projeto é “bem encenado e tem um bom ritmo”. Já o “Decider” diz que “o filme tem os seus momentos, com alguns ângulos de câmara interessantes e um pouco de violência cheia de estilo”. No entanto, o filme “é apenas ok e ocasionalmente divertido. Mas, na maioria das vezes, é aborrecido”. Além de Rober Maaser, Marie Hacke e Alexander Scheer, o elenco conta com nomes como Jördis Triebel e Stephan Grossmann.