Cinema

Terror e uma cabana: chegou mais um filme louco de M. Night Shyamalan

O cineasta adaptou uma obra de Paul Tremblay para criar "Batem à Porta", um filme de terror passado numa cabana no meio de nenhures.
É mais uma viagem louca de Shyamalan

De todos os subgéneros de terror, as invasões de lares eram as histórias que mais atemorizavam o escritor Paul Tremblay, conhecido pelos seus livros de terror e fantasia. Num período de pouca criatividade, sentou-se e desenhou uma cabana.

“Fez-me imediatamente pensar no terror, nos filmes em que alguém invade uma casa. Pensei que poderia ser um bom desafio. ‘Como é que escreveria uma história dessas que eu conseguisse ver até ao fim?'”, revelou em entrevista à “SyFy”.

Pouco tempo depois, fechava o seu próximo livro, “The Cabin at the End of the World”, obra que lhe valeu o seu segundo prémio Bram Stoker, galardão de obras de terror. A história atraiu interessados e a FilmNation comprou os direitos de adaptação ao cinema ainda antes da publicação.

Em 2019, o argumento já estava escrito, mas acabou por não ser produzido. Acabaria por ser selecionado para a anual Black List, que elege as melhores histórias que acabaram por não ser transformadas em filme. E eis que surge M. Night Shyamalan, cineasta dedicado quase em exclusivo às narrativas fantásticas e de terror.

Mais de três anos depois, “Batem à Porta” sela a adaptação com a chegada aos cinemas portugueses a 2 de fevereiro. No centro desta história estão Eric e Andrew, um casal que decide passar um fim de semana numa pequena cabana de madeira no meio de nenhures. Consigo vai Wen, a sua pequena filha de oito anos. Tudo corre lindamente, até que alguém bate à porta.

Do outro lado da porta estão quatro estranhos a empunhar armas improvisadas com material de jardinagem. A invasão resulta num dilema particularmente original: os quatro invasores alegam querer impedir o fim do mundo. Basta para isso que a família escolha um dos seus membros para sacrificar.

É a partir desta escolha impossível que “Batem à Porta” se lança em mais um dos cenários fantasiosos que habitualmente moldam as histórias contadas por Shyamalan. Para Tremblay, foi também a forma de virar o subgénero de pernas para o ar com um twist de originalidade.

“Quando era um jovem autor no início dos anos 2000, muitas das minhas pequenas histórias eram pré e pós-apocalípticas. E, como miúdo dos 80, sempre temi morrer numa guerra nuclear, esse tipo de medos que imediatamente me saltavam à cabeça”, conta. “Esta foi a minha primeira obra longa que explora esses medos e ansiedades.”

M. Night Shyamalan conhecia a história e aproximou-se do projeto. Primeiro quis ser apenas produtor, depois assumiu que queria na verdade ser o realizador da adaptação. “Se ele o quer fazer, o filme vai ser mesmo feito”, pensou Tremblay. O cineasta avançou, não sem antes dar o seu cunho pessoal ao argumento que estava já quase pronto.

Para o papel de líder da seita, o casting escolheu Dave Bautista, a gigante antiga estrela do wrestling que enveredou por uma carreira no cinema. Surge aqui acompanhado de Rupert Grint, Abby Quinn e Nikki Amuka-Bird. Do lado da inocente família, a dupla é composta por Ben Aldridge e Jonathan Groff, que fazem de pais da estreante jovem atriz Kristen Cui.

Mais do que contar uma história de terror sobre o fim do mundo, Tremblay e Shyamalan procuram focar-se no dilema real de uma família. E tudo acontece na tal cabana no meio de nenhures, fruto da inspiração do autor que procurou desenhar um cenário de peça de teatro. “Nunca tinha escrito uma peça, mas tentei fazê-lo como se de uma peça se tratasse. E nunca encarei o cenário limitado como um obstáculo. Para uma história de terror, achei até que seria mais fácil para a tornar claustrofóbica.”

Carregue na galeria para conhecer também as séries que chegam à televisão em fevereiro.

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