Com apenas 11 anos, Joey King fez, sem se dar conta, uma escolha que alteraria radicalmente o seu destino. Durante uma feira do livro na escola, deparou-se com uma capa vibrante que captou a sua atenção. A obra era “Uglies”, de Scott Westerfeld, que levou para casa sem hesitar. “Comecei a ler e perdi-me naquele mundo”, revela ao “Cinema Blend”.
O fenómeno da literatura young adult de ficção científica acabou por ser adaptado pela Netflix — o filme chega à plataforma esta sexta-feira, 13 de setembro. E tudo indica que seja um dos blockbusters do ano — afinal, o elenco conta com nomes populares entre a geração Z e Millenials, como Chase Stokes, Laverne Cox, a própria Joey King e Keith Powers.
A narrativa da saga, que abrange quatro livros, desenrola-se numa sociedade futurista onde a aparência é primordial. Nesta realidade, jovens de 16 anos têm a possibilidade de se submeter a um procedimento estético que elimina quaisquer imperfeições, tornando-os mais atraentes. Esta cirurgia permite que os adolescentes revelem a verdadeira identidade que desejam exibir.
Tally, a personagem principal, tal como os seus pares, aguardava ansiosamente pelo seu momento de transformação. Contudo, ao descobrir que a sua amiga fugiu, percebe que a organização responsável pelas cirurgias está determinada a controlar toda a população. A protagonista aventura-se então a explorar o mundo além dos limites da sua cidade, rumo a The Smoke, um refúgio clandestino para aqueles que se opõem ao governo.
Quando era miúda, Joey King, que agora tem 25 anos, sonhava em viver naquele mundo distópico. Afinal, os adolescentes desobedeciam aos pais e viviam longe deles, sem preocupações aparentes.
“Desejava ter a idade deles para poder tomar as minhas próprias decisões, o que é curioso, já que no livro acaba por não haver escolha”, reflete. Com o tempo, compreendeu que não se tratava de um paraíso, mas de um verdadeiro inferno. “É incrível participar neste filme. Sinto que estou a concretizar um sonho”, confessa.
Além de ser a protagonista, a atriz exerce também a função de produtora executiva. Aliás, foi ela quem apresentou a ideia à Netflix, com a qual mantém uma relação significativa, tendo participado em fenómenos como a trilogia “A Banca dos Beijos”. “Fazer deste filme uma realidade é uma homenagem ao meu passado, pois ‘Uglies’ é uma obra que sempre fez parte da minha vida”, reforça.
Ao contrário de King, muitos dos seus colegas no elenco, como Keith Powers e Chase Stokes, não tiveram a oportunidade de ler o livro durante a infância ou adolescência. “Mas sabíamos que existia e lembrávamo-nos de o termos visto numa feira quando éramos miúdos”, assegura Chase.
O ator, que também é protagonista da série “Outer Banks”, destaca que este é um dos seus projetos preferidos, especialmente porque a sua personagem, Peris, enfrenta diversas emoções e momentos marcantes na história. “Como artista, poder explorar algo assim é sempre um desafio divertido. Sinto-me grato porque a equipa reconheceu a minha contribuição e espero que os fãs sintam o mesmo”.
Contudo, Chase ressalva que o mais relevante em “Uglies” não é a sua interpretação, mas a mensagem que a produção procura transmitir: “Todos nós somos belos”. “Espero que os miúdos e adolescentes que vejam o filme compreendam a importância de aproveitar esta jornada que é a vida. Por vezes, ficam tão focados nas superficialidades, que não conseguem estar plenamente presentes no momento,” lamenta.
Carregue na galeria e conheça algumas das séries e temporadas que estreiam em setembro nas plataformas de streaming e canais de televisão.