Há três meses, os Óscares eram entregues numa cerimónia pomposa. A maioria dos grandes nomes passou entretanto pelos cinemas portugueses, mas uma das pérolas mais elogiadas pelos críticos só agora chega às salas nacionais. “A Menina Silenciosa” foi à luta com uma nomeação para Melhor Filme Internacional. Confronto que perdeu para “A Oeste Nada de Novo”.
Na verdade, entre os críticos e especialistas, houve bastante mais amor pela produção irlandesa do que propriamente pela alemã. Com um estrondoso 96 por cento no agregador de críticas Rotten Tomatoes — frente a uns 90 do vencedor do Óscar —, “A Menina Silenciosa” estreou finalmente esta quinta-feira, 8 de junho, a Portugal, para mostrar porque é que é considerado um dos grandes filmes do último ano.
Praticamente todo falado em irlandês — foi o primeiro filme na língua a ser nomeado para os prémios da Academia —, conta a história comovente de uma jovem de nove anos que vive no seio de uma família pobre. Cáit é uma de vários irmãos e, naquele ambiente rural e empobrecido, é vítima natural da negligência parental. É uma outsider, olhada de lado na escola pelos colegas e até ignorada pelas próprias irmãs.
Com uma nova gravidez da mãe, o casal assume que não tem capacidade para tomar conta de todas as crianças — e decide levar Cáit para viver com uma prima afastada da família. Casal sem filhos, a mulher acolhe Cáit com carinho. O mesmo não se pode dizer de Seán, o homem da casa, que mantém a distância e uma certa frieza no relacionamento entre ambos.
É nesta nova e desconhecida casa que Cáit sente que é finalmente capaz de crescer. Mas também de desvendar um enorme segredo.
Mais do que avaliações qualitativas, percentagens, números e estrelas, são os elogios dos críticos que garantem que se está perante “um dos mais comoventes filmes dos últimos tempos”, confirma David Fear, crítico da “Rolling Stone”.
“Uma genuína obra de arte de um artista com empatia; um dos mais comoventes e sentidos filmes de qualquer país na última década”, garante. “E isso só é uma hipérbole até se ver o filme.”
Descrito como um exercício de subtileza e silêncio, é também uma história forte e impactante. “Feito com sensibilidade e cuidado pela estreante argumentista e realizadora Colm Bairead, combina uma edição serena, demonstrações reservadas de força e performances, subtis que nos permitem ver e sentir, ao invés de apenas observar”, declara o “Observer”.
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