Cinema

“Velocidade Furiosa X” é arrasado pela crítica. “O filme mais ridículo de sempre”

Foi parcialmente filmado em Portugal e está a levar milhares às salas de cinema. A crítica, porém, tem sido violenta.
E a saga não vai ficar por aqui.

Em 2001, “Velocidade Furiosa” entrou nas salas de cinema para lançar uma das mais bem-sucedidas sagas de ação ao volante. Em duas décadas, foram lançados um total de dez filmes.

O mais recente chegou aos cinemas a 18 de maio com uma grande novidade: a inclusão de uma portuguesa no elenco que continua a ter em Vin Diesel a grande estrela. Daniela Melchior continua o seu percurso em Hollywood com mais uma aparição em grandes produções, ao lado de grandes nomes. Infelizmente, o resultado poderá não ser o mais desejado.

Com a iminente estreia, chegam também as primeiras críticas que estão pouco satisfeitas com mais um capítulo da saga de alta cilindrada. E, ao que parece, a força de nomes como Charlize Theron, Brie Larson, Helen Mirren, John Cena, Jason Momoa ou Jason Statham parece fazer pouco no que toca à contagem de estrelas. O mesmo não se poderá dizer, eventualmente, à corrida às bilheteiras, campo onde a saga raramente desilude.

A aguçar a curiosidade dos portugueses estará também o fator casa, isto é, o facto de várias cenas de ação do filme terem sido gravadas em Portugal. Há quase um ano, várias estradas, de Viseu a Vila Real, eram cortadas para dar espaço às manobras impossíveis e absurdas de Dom Toretto e a sua família.

Indiferentes a tudo isso, os críticos puxaram das canetas e começaram a arrasar. No IMDB, o filme está cotado com um mediano 6,2, mas o cenário piora nos dois principais agregadores de críticas, que calculam uma nota através da leitura das mais diversas críticas disponíveis online. “Fast X” safa-se à justa com um 56 por cento no Rotten Tomatoes e um 58 por cento no Metacritic. Na justificação escrita, o cenário é bem mais desagradável.

É melhor do que o filme anterior, mas, neste caso, é como preferir partir um dedo em vez de partir uma perna. Em ambos os casos, vai ter de suspirar por um alívio”, escreve um dos críticos. Há também quem suspire pela “doce e abrasiva sinceridade” das primeiras produções da saga. “Isso desapareceu e foi substituído por piadas e manobras que parecem coladas num retalho a partir de outros filmes melhores.”

“Com um pé no passado, outro no futuro e outro no acelerador, ‘Fast X’ é pura loucura para pipocas. Contei demasiados pés? Perdoem-me, estavam à procura de lógica?”, gracejou o crítico da “Associated Press”. Naquele que é já referido como “o mais ridículo filme de sempre da saga”, há quem questione se não está na hora de “pousar de vez as chaves do carro“.

Nem tudo são pontos negativos. Há os que aplaudem a escolha de Jason Momoa para o papel de vilão, mas também como os criadores da saga “continuam a ser capazes de inventar coisas novas que se podem fazer com carros”, ao mesmo tempo, “que continuam a dar às pessoas aquilo que elas esperam” de “Velocidade Furiosa”.

No grande esquema das coisas, no que toca à receção dos críticos, o mais recente capítulo até está em linha com o primeiro filme, avaliado em 56 por cento. Ainda ninguém foi capaz de bater as esmagadoras críticas que choveram sobre “Velozes e Furiosos” de 2009, com um quase imbatível 29 por cento. Um ponto de inflexão que levou a que, nos anos que se seguiram, fossem lançados os dois filmes que mais agradaram aos especialistas: “Velocidade Furiosa 5” e “Velocidade Furiosa 7”.

Não há fator mais controverso no universo de “Velocidade Furiosa” do que as manobras elaboradas com carros. Para uns, é apenas por isso que vale a pena ir ao cinema. Para outros, é o teste do algodão que comprova que a saga não é mais do que um exercício de disparates alimentados por um orçamento quase ilimitado.

Algumas das manobras filmadas em Portugal e exibidas no trailer mostram um carro a saltar de um avião em voo rasante sobre uma autoestrada. E dois helicópteros a tentarem içar um carro em andamento com a ajuda de arpões.

Verdade seja dita, é difícil conseguir imaginar cenários para novos filmes quando, em capítulos anteriores, as rodas flamejantes dos bólides já viajaram até ao espaço, como foi no caso do antecessor de “Fast X”. Ou, no mesmo filme, quando um carro que salta de um penhasco é resgatado por um avião a jato que o leva pelos ares. E, na sequência, Dom Toretto salva-se recorrendo a uma espécie de bungee jumping — sempre num carro.

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