O peso do Holocausto foi sempre um intruso silencioso na vida de Jesse Eisenberg. O massacre que vitimou os primos e tios do avô paterno era simplesmente algo sobre o qual não se falava. “O meu avô sentia-se culpado porque tinha sobrevivido e foi o único que teve a sorte de conseguir fugir a tempo para os Estados Unidos”, contou Jesse Eisenberg, que decidiu usar o tema como pano de fundo para o seu novo projeto, à “Variety”.
“A Verdadeira Dor” é o segundo filme escrito e realizado pelo ator de 41 anos, que acaba por ser também co-protagonista com Kieran Culkin. “Chegou a altura de usar este trauma intergeracional para contar uma história que realmente importa”, concluiu. A produção estreou a 16 de janeiro nos cinemas em Portugal e a 16 de abril vai chegar à Disney+.
A obra acompanha David (Jesse Eisenberg), um nova-iorquino neurótico, introvertido e ansioso; e Benji (Kieran Culkin), o seu primo e amigo íntimo de infância, conhecido pelo caráter extrovertido.
Depois da morte da avó de ambos — uma sobrevivente do Holocausto que desempenhou um papel crucial na infância dos dois rapazes — David e Benji decidem partir numa viagem à Polónia para visitarem as raízes familiares e os dramas do Holocausto.
Esta aventura leva-os até ao campo de concentração Majdanek, onde se confrontam com o passado da família e com as suas próprias identidades. Apesar de ser um lugar bastante popular na Polónia, “A Verdadeira Dor” é o primeiro filme gravado no local.
O filme estreou no Festival de Cinema de Sundance em 2024, onde recebeu o prémio de Melhor Guião. O orçamento foi de 2,92 milhões de euros e, apesar de inicialmente ter tido um lançamento limitado, conseguiu arrecadar 22,35 milhões.
Além de ter feito sucesso comercialmente, “A Verdadeira Dor” foi um fenómeno entre os críticos. No agregador Rotten Tomatoes conta com uma avaliação de 96 por cento. “É uma jornada emocionante que contém, graças ao Culkin, talvez a cena final mais devastadora de qualquer filme que verá este ano”, descreveu o “Observer”.
Os elogios refletiram-se nas galas de prémios. Nos Óscares de 2025, a obra foi nomeada para dois troféus: Melhor Argumento Original e Melhor Ator Secundário. Kieran Culkin acabou por vencer na segunda categoria.
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