Cinema

“Virgem Maria”. Chegou à Netflix um dos filmes mais polémicos do ano

O elenco predominantemente israelita foi alvo de críticas, apesar de ter um nome de peso: Anthony Hopkins.
Não faltam polémicas.

Não é Sexta-Feira Santa, mas há um novo filme religioso para ver na Netflix: “Virgem Maria”. Antes de ter chegado à plataforma a 6 de dezembro, já se tinha tornado numa das produções mais controversas deste ano — nas redes sociais, as opiniões dividiram-se assim que foi lançado o primeiro trailer, a 12 de novembro.

Realizado por D.J. Caruso, conhecido por thrillers como “Disturbia” e “Eagle Eye”, apresenta uma perspetiva emocional sobre a conceção e nascimento de Jesus Cristo. A narrativa mistura elementos de fé, perseguição e resiliência, transformando Maria, José e Herodes em personagens complexas e humanas.

Maria, interpretada por Noa Cohen, que se estreia num papel principal, é retratada como uma jovem cheia de fé e coragem, mas também vulnerável após a rejeição social e provocações que enfrenta após ter engravidado. Ao seu lado está o ator Ido Tako, que encarna José, um homem que se encontra dividido entre o amor por Maria e o peso da missão divina que lhe foi atribuída. A última estrela da história é Herodes, interpretado por Anthony Hopkins.

À própria Netflix, o ator de 86 anos — e vencedor de dois Óscares — descreveu o papel como sendo “uma oportunidade única para explorar as profundezas da paranoia e do desespero num líder consumido pelo medo do desconhecido”.

A narrativa começa com Maria a enfrentar as reações hostis da sua comunidade: aqueles que antes eram seus amigos, agora acreditam que está a mentir quanto aos detalhes da gravidez. Ao mesmo tempo, Herodes, atormentado por profecias que ameaçam o seu poder, lança uma perseguição implacável contra o casal e o seu filho.

José e Maria, movidos pela fé, embarcam numa jornada perigosa para salvar a vida de Jesus Cristo. “Este filme não é apenas sobre religiões”, comentou o realizador. “É sobre humanidade, sobre sacrifício e sobre as escolhas difíceis que moldam a nossa história.”

Apesar do grande apelo emocional, “Virgem Maria” tem sido alvo de críticas. O principal motivo recai sobre a escolha do elenco, predominantemente israelita, para interpretar personagens bíblicas que viveram no Médio Oriente — e que, segundo centenas de publicações, seriam de origem palestiniana.

“Esta escolha foi diabólica”, lê-se num post no X (antigo Twitter). Muitos começaram a pedir que o filme fosse boicotado. “Isto é completamente falso, é antissemitismo e uma blasfémia. Jesus, Maria e toda a gente no filme deveria ser da Palestina”, lê-se noutro.

Noa Cohen, de 22 anos, não se deixou afetar e afirmou que interpretar Maria é um marco da carreira, mas também um desafio emocional e espiritual. “Ela não é apenas uma figura bíblica: é um símbolo de força e compaixão”, comentou com a “Entertainment Weekly”.

No meio do caos, Joel Osteen, o produtor executivo, defendeu o filme e disse que o objetivo era “tornar a história acessível a uma audiência ampla, sem perder de vista os elementos centrais de fé e coragem”, comentou com a “Entertainment Weekly” em outubro. “A mensagem de Maria é para todos. Fala sobre a esperança e o amor, independentemente de crenças pessoais.”

À mesma publicação, também explicou que tudo no filme foi pensado até ao mais ínfimo pormenor, incluindo os sets de gravações. Alguns foram reutilizados de outros fenómenos das bilheteiras. O templo de Herodes, por exemplo, já tinha sido utilizado nas gravações de uma obra de Ridley Scott — no entanto, não foi revelada qual. Sabe-se, porém, que “Virgem Maria” foi gravada em Marrocos, tal como “Gladiador”, “Cercados” e “Reino dos Céus”.

Carregue na galeria e conheça algumas das séries e temporadas que estreiam em dezembro nas plataformas de streaming e canais de televisão.

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