A agressão de Will Smith a Chris Rock foi o momento mais insólito da história dos Óscares. Oito meses após ter dado um estalo ao comediante em direto, o ator deu a sua primeira entrevista televisiva para falar sobre o tema.
Durante o programa “The Daily Show with Trevor Noah”, que foi ao ar nesta segunda-feira, 28 de novembro, Smith assumiu finalmente que perdeu a cabeça. “Foi uma noite horrenda, como podem imaginar”, disse Smith, justificando ainda a atitude com “uma raiva acumulada durante muito tempo”.
“Há muitas nuances e complexidades naquele ato, mas no final de contas o que aconteceu foi que perdi a cabeça. Aquilo que posso dizer é que nunca se sabe aquilo por que as pessoas estão a passar. Eu não estava bem naquela noite, sabes? Não que isso justifique, de todo, o meu comportamento”, admitiu ao humorista e comentador Trevor Noah.
Na entrevista, Smith assumiu também que os problemas que teve na sua infância influenciarem a agressão: “Foi muita coisa…Foi o rapaz pequeno que via o pai a bater na mãe. Tudo isso veio ao de cima naquele momento. Não quero ser aquela pessoa”.
Estávamos no final de março quando a Internet foi monopolizada por fotos e vídeos de Will Smith a dar uma chapada a Chris Rock. Na altura, o humorista Chris Rock estava a apresentar o Óscar de Melhor Documentário, quando uma piada sobre a atriz Jada Pinkett-Smith irritou de forma evidente o casal. Em consequência, Will Smith ficou banido dos Óscares por um período de dez anos.
Várias produções do ator foram afetadas pelo acontecimento. Por exemplo, a Netflix cancelou a sequela de “Bright” e ficou incerto se chegaria a prosseguir com o anunciado “Fast and Loose”. “Bad Boys 4”, dos estúdios da Sony, foi colocado em pausa. E a série documental da National Geographic “Pole to Pole”, conduzida pelo ator, deveria ter começado as gravações em abril — mas foi adiada.
A produção de “Emancipation” também foi adiada após a agressão, mas o novo filme do ator já tem data de estreia. A Apple TV+ anunciou que irá estrear em alguns cinemas a 2 de dezembro antes de chegar à plataforma, uma semana depois. É o primeiro projeto de relevo de Smith após a polémica.