Na indústria do cinema e da televisão, Jenna Ortega é o nome do momento. Não sendo uma desconhecida até aqui, está a ser super elogiada por ser a protagonista de “Wednesday” — o novo fenómeno de audiências da Netflix, uma série do universo de “A Família Addams”, com vários episódios dirigidos por Tim Burton. É a atriz mais procurada do planeta na plataforma de cinema mais conceituada da Internet, o IMDb.
Nesta história, Jenna Ortega interpreta a personagem que dá título ao projeto. Wednesday é uma adolescente atribulada e ostracizada que, após um ato calculado de violência, é enviada para a escola sobrenatural onde os pais estudaram — a Nevermore Academy. É lá que vai conhecer vampiros, lobisomens e outros estudantes diferentes. Pelo meio terá de investigar um crime.
A propósito do fenómeno da série, a NiT recorda o percurso de Jenna Ortega com a republicação da sua história.
O percurso de Jenna Ortega
Tinha apenas oito anos quando apareceu, embora esporadicamente, em grandes produções, como “CSI: Nova Iorque”, a novela “Days Of Our Lives” e “Insidious: Capítulo 2”. No entanto, foi em 2014, na altura com 12 anos, que foi subindo em direção ao estrelato atual, graças à sua participação recorrente em “Jane The Virgin”. Jenna Ortega interpretava a versão mais jovem da personagem principal, papel encarnado por Gina Rodriguez — e que era, consequentemente, uma grande inspiração para a jovem atriz. “Eu vejo-a sempre no estúdio e ela é uma das pessoas mais queridas que alguma vez conheci. Adoro-a muito. Sempre que a vejo ela dá-me uma lição para a vida”, contou à “People”.
Em 2016, foi a estrela de “A Irmã do Meio”, uma série super popular da Disney Channel que foi transmitida durante dois anos e que lhe valeu o rótulo de mais uma menina do canal infantil. Porém, o seu próximo grande projeto seria algo de que ninguém estaria à espera. Em 2019, foi um dos grandes destaques da segunda temporada de “Tu”, da Netflix. Interpretou Ellie Alves, uma jovem da geração Z — e da superficial Los Angeles — que acaba por criar uma espécie de amizade, embora sempre cautelosa, com Joe Goldberg (Penn Badgley).
Podíamos esperar um papel unidimensional, após os primeiros episódios em que a personagem sofreu pouco desenvolvimento. Mas Jenna Ortega acabou por se tornar num ponto essencial da história, mostrando um grande leque de emoções e elogios da crítica. Esses momentos de suspense valeram-lhe até o casting para o novo filme de “Gritos”.
“É inacreditável fazer parte desta saga. Nunca achei que fosse ter esta oportunidade e tendo eu tanto respeito pela franquia, mesmo antes de ter este papel, foi mesmo um entusiasmo enorme. O terror também é uma grande paixão minha”, contou em conversa com a “Mamas Geeky”.
Ortega nasceu em 2002, e o primeiro filme de “Gritos” foi lançado em 1996. Esta diferença temporal, contudo, não a impediu de se tornar numa seguidora ávida de Ghostface e de todas as suas vítimas. Sempre foi assustadiça, o que parece contraintuitivo, mas aos 14 anos finalmente ganhou coragem para ver a saga.
“Gritos” é descrito como um revolucionário do subgénero do terror que são os slashers, numa altura em que cada filme parecia seguir o mesmo formato. A pressão para este novo filme, lançado 25 anos após o original, era bastante, e a atriz sentiu isso todos os dias. “Todas as personagens dos filmes anteriores foram interpretadas na perfeição, e os guiões também eram perfeitos. E a saga é muito amada, como se fosse um filho dos fãs. É como um filho para mim”, revelou à “MTV News”. “Queremos fazer jus à franquia”, acrescentou ainda. Mesmo estando ao lado de “Homem-Aranha: Sem Volta a Casa”, o filme protagonizado novamente por Neve Campbell, David Arquette e Courtney Cox, foi um sucesso de bilheteira, arrecadando mais de 140 milhões de euros globalmente. Jenna Ortega foi destacada e, nos MTV Awards, venceu o prémio de Melhor Atuação Aterrorizante.
Está no caminho ideal para se juntar a famosas scream queens como Jamie Lee Curtis (“Halloween”). O próximo filme após “Gritos” apenas fomentou este percurso. “X” foi uma produção dos estúdios A24, que já criaram filmes de terror de culto como “Hereditário” e “Midsommar”, entre tantos outros.
A história acompanha um grupo de jovens realizadores que partem para uma zona rural do Texas para filmarem o seu novo projeto, um filme pornográfico. Quando lá estão, os anfitriões idosos descobrem o que é que os inquilinos andam a fazer. A partir desse momento, todos eles correm perigo. E apenas um sai vivo.
“Diria que foi uma das minhas experiências de filmagens favorita. Gravámos na Nova Zelândia. Nunca tinha estado lá. Tem de ser um dos países mais bonitos que já visitei, e viveria lá se pudesse”, contou à “Complex”.
Interpreta Lorraine Day, uma jovem mulher que se junta à viagem com os restantes realizadores e atores. Cresceu num ambiente bastante fechado, e era apelidada de “ratinho da igreja”. Mas acaba por surpreender toda a gente quando insiste em aparecer numa das cenas daquela produção para adultos. Passou, portanto, de uma pacata irmã do meio na Disney Channel para um papel quase erótico.
A pressão das redes sociais
Jenna Ortega cresceu na era das redes sociais. No entanto, evita passar demasiado tempo na Internet, especialmente quando o assunto é ela mesma. É tudo uma questão de saúde mental.
“Tento não prestar atenção às redes sociais, porque sinto que as pessoas mudam muito de opinião. Num momento apoiam-te totalmente e no outro já não querem saber de ti, e acho que isso não seria saudável para mim”, contou à revista “Teen Vogue”.
E acrescentou: “Só quero continuar a contar histórias que signifiquem algo e que tenham um impacto em mim. Quer seja um projeto divertido ou uma mensagem séria. Mas desde que me foque em mim, tudo está bem”. A atriz explicou ainda à mesma publicação: “Sei que a minha família sacrificou muito para eu poder estar nesta posição, e trabalharam imenso. Eu trabalhei imenso. Estou nesta indústria há quase uma década. Isso é mais de metade da minha vida”.
Para não se esquecer das tais raízes humildes, Jenna garante que, sempre que chega a casa, tem loiça à sua espera, e uma lista de tarefas para concluir. Tal como todos os irmãos. “Chego a casa do estúdio e eles não me deixam esquecer que tenho loiça para lavar.”