Após 13 longos anos de espera o aclamado autor norte-americano está de volta às lides literárias. O novo livro tem uma inspiração semi-autobiográfica que permite a Bret Easton Ellis “exorcizar alguns demónios”.

“The Shards”, que foi publicado em inglês esta terça-feira, 17 de janeiro, marca também o regresso do autor ao género do terror. “Tendo a escrever um romance quando me sinto encalhado num qualquer ponto da minha vida”, revela o escritor de 58 anos à “Variety”.

“Quando estou confuso, assustado, a sofrer de ansiedade e não percebo porque é que não consigo seguir adiante. Sinto-me enclausurado num sítio qualquer e a escrita flui a partir daí”, conclui.

O livro acompanha Ellis em 1981, durante o seu último ano no liceu em Los Angeles. A vida do rapaz e dos seus amigos está muito próxima da de um assassino em série. Trata-se de um livro que mistura ficção com muitos factos biográficos de Ellis, à semelhança do que acontece com o seu “Lunar Park”. Empresta também os elementos sombrios de “Imperial Bedrooms”.

“Não me sinto motivado para escrever um livro se não o estiver a sentir. Talvez por isso os meus tenham uma penetrante sensação de medo, elementos de terror que podem ocasionalmente ser horrivelmente violentos”, nota o autor.

“Se eu fosse um tipo mais feliz, poderia escrever livros? Usaria os livros como forma de me expressar ou comunicar? Não sei, mas isso pode ter algo a ver com o facto de sempre me ter sentido atraído pelo terror e usar muitos dos seus elementos no meu trabalho”, confirmou.

Ainda assim, revela que o processo de criação é pautado por outro tipo de sentimento. “Quando começo a escrever, estou no meu momento mais feliz. Isso sempre aconteceu. Escrever um livro é uma das minhas melhores experiências, uma das mais felizes. Não o vejo como um exercício doloroso. Não. Escrever é pura felicidade.”

Ellis ficou conhecido graças a “Psicopata Americano”, lançado em 1991, um êxito estrondoso de vendas. O bestseller foi adaptado ao cinema em 2000, com Christian Bale no papel principal. Ao longo dos últimos 13 anos, o autor tem-se dedicado à escrita para cinema e televisão, com créditos em produções como “The Deleted” ou “The Canyons”.