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Viciados em redes sociais, tomem nota: esta é palavra do ano

A expressão que venceu a votação da Oxford University Press está associada aos efeitos do uso indiscriminado e excessivo das redes.
O conceito alterou-se com o passar dos anos.

A votação decorreu durante duas semanas, reuniu mais de 37 mil opiniões e trouxe um resultado surpreendente. A expressão “brain rot” foi eleita como a palavra do ano de 2024, anunciou esta segunda-feira, 2 de dezembro, a Oxford University Press. Embora o termo “podridão cerebral” tenha surgido há mais de um século, foi em 2024 que ganhou notoriedade, associado ao uso excessivo das redes sociais e ao fenómeno do scrolling interminável.

A editora britânica define “brain rot” como “a suposta deterioração do estado mental ou intelectual de uma pessoa, especialmente vista como o resultado de um consumo excessivo de material (agora particularmente conteúdo online) considerado trivial ou não desafiante”. Segundo os dados da Oxford University Press, o uso da expressão aumentou 230 por cento entre 2023 e 2024.

A eleição partiu de uma lista com seis palavras, todas relacionadas com “estados de espírito e conversas que moldaram o último ano”. Entre elas, estavam “demure”, usada no digital para descrever comportamentos reservados; “dynamic pricing”, preços dinâmicos; e “lore”, sinónimo de um conjunto de factos, histórias ou sabedoria associados a uma pessoa, lugar ou tema.

O destaque dado ao termo “brain rot” reflete preocupações crescentes sobre o impacto de consumir grandes quantidades de conteúdos de baixa qualidade, especialmente nas redes sociais. Casper Grathwohl, presidente da Oxford Languages, destacou que a escolha da palavra “chama a atenção para um dos perigos da vida virtual” e convida à reflexão sobre como usamos os nossos tempos livres.

Curiosamente, o termo apareceu pela primeira vez em 1854, no livro Walden, de Henry David Thoreau. Na época, serviu como crítica à tendência da sociedade de simplificar e desvalorizar assuntos complexos.

 
 
 
 
 
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