O mais recente livro de Miguel Esteves Cardoso, com o título “Como Escrever”, revela técnicas para aproximar os leitores de novas ideias e aprimorar as suas habilidades criativas. Estará à venda nas livrarias a partir de julho. Ao contrário dos últimos lançamentos, não se trata de uma compilação de crónicas. Surge 15 anos depois de “Com os Copos”.
Em abril deste ano, o escritor esteve presente na 18.ª edição do festival Literatura em Viagem, em Matosinhos, para falar sobre o novo livro. Com o sonho, desde jovem, de “viver da escrita” recordou o seu percurso profissional e explicou a dificuldade em produzir crónicas— com as quais trabalha diariamente. No centro do problema encontram-se os temas, que “têm de surgir da angústia de todos os dias não saber o que escrever”, relata o “Jornal de Notícias”.
Durante essa mesma sessão, Miguel antecipou o novo projeto, referindo que se trata de uma tentativa de aproximar o leitor ao ato da escrita, começando por “esvaziar a mente para ter ideias”. “Qualquer pessoa consegue escrever e este é o segredo que não querem que se saiba”.
Na capa, podem ler-se frases com dicas de escrita, onde se destacam apontamentos materiais como “pensar em capítulos” ou “preencher os cadernos”. A edição é do escritor Rui Couceiro e da editora Bertrand.
Apesar da leitura em papel ter perdido alguma força ao longo das últimas décadas, o autor acredita que os livros “continuam a ser muito apreciados e há muita gente a ler e a escrever”. Para obter bons resultados, o “prazer” e o trabalho não contrariado são dois dos ingredientes principais. Assim, confia que o hábito da leitura nunca se irá perder, e que o próprio leitor tem de ser “seduzido”.
“Ao longo da vida, o que mais me disseram foi: “Também quero escrever. Como faço?” Tentei responder, de várias formas, mas o tempo nunca é suficiente para explicar. Era necessário um livro. É este o livro”, pode ler-se na sinopse.
A obra já se encontra à venda em pré-lançamento e custa 15,93€ na Bertrand. Contudo, apenas será enviada a partir de 4 de julho.
Miguel Esteves Cardoso nasceu em Lisboa e sempre teve a ambição de ser escritor. Desde 2009 escreve diariamente para o “Público”. O também jornalista é conhecido pela sua presença assídua na televisão e na rádio — exemplo é o programa “A História da Música” da antena 1. Escreveu vários livros de sucesso, como “A causa das Coisas (1986)”, “O Amor é Fodido (1995)”, “Como é linda a puta da vida (2013)” e “Amores e Saudades de Um Português Arreliado (2014)”.
Em abril do ano passado, foi distinguido pela Associação Portuguesa de Escritores, que lhe atribuiu o primeiro prémio literário da carreira. A distinção deu-se com o livro “Independente Demente”, editado pela Bertrand, que reúne crónicas do autor no jornal” O Independente, fundado por si e por Paulo Portas”. O galardão foi atribuído por António Apolinário Lourenço, Carlos Albino Guerreiro e Maria de Lurdes Sampaio.
A distinção deu-se com o livro “Independente Demente”, editado pela Bertrand, e que reúne crónicas do autor no jornal “O Independente, fundado por si e por Paulo Portas”. O galardão foi atribuído por António Apolinário Lourenço, Carlos Albino Guerreiro e Maria de Lurdes Sampaio.
“Embora tenham sido publicadas há mais de trinta anos, no extinto semanário ‘O Independente’, as crónicas aqui reunidas eram inéditas em livro, e mantêm, no fundamental, uma inquietante atualidade e uma contagiante comicidade, dentro do consagrado princípio segundo o qual ‘ridendo castigat mores’ [elocução latina que significa ‘corrige os costumes sorrindo’]”, justificou o júri.