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Livros de 007 também vão ser alterados para excluir palavras como “negro”

As alterações decorrerão, por exemplo, no "Casino Royale", onde um "negro" passará a ser "uma pessoa negra". Há outras mudanças.
Alguns fãs não vão gostar das mudanças.

É um dos agentes secretos mais famosos da ficção, com milhões de fãs em todo o mundo. No entanto, nem isso é suficiente para que as obras que contam a história de James Bond escapem à nova moda de alterar as palavras de livros publicados. Isso já tinha acontecido em algumas das publicações de Roald Dahl, vai acontecer agora com as aventuras do herói britânico.

“Casino Royale”, o primeiro livro da saga escrito por Ian Flemming, celebra 70 anos a 13 de abril. A editora aproveitou o pretexto para submetê-lo à apreciação de uma comissão de leitores independente. Conclusão: existem alusões raciais e palavras que atualmente podem ser consideradas ofensivas.

As alterações entram em vigor em abril, com as novas obras revistas a chegarem numa primeira fase às livrarias britânica. “Negro” já não será sinónimo de “pessoa negra”, segundo revela o “Sunday Telegraph”. Além disso, em “007: Operação Relâmpago”, deixará de ficar explícito a etnia e raça de diferentes personagens, nomeadamente a de um médico, de um barman e de um oficial de imigração.

As novas edições das histórias pensadas por Ian Flemming também terão uma espécie de trigger warning para os novos leitores, alertando-os dos elementos que poderão causar um certo desconforto, especialmente às gerações mais novas.

“Este livro foi escrito numa época em que termos e atitudes que poderão ser considerados ofensivos pelos leitores modernos eram comuns”, lê-se numa nota citada pelo “Público”. “Foi feita nesta edição uma série de atualizações, mantendo o texto o mais próximo possível do original e do período em que decorre a ação.”

Esta não é a primeira vez que aqueles livros são revistos. Mesmo assim, permanecem nas novas edições frases que poderão incomodar alguns leitores, sobretudo pela forma como o agente secreto aborda as mulheres ou os homossexuais, ao qual se refere como tendo uma “deficiência teimosa”.

Como mencionámos, também os livros de Roald Dahl sofreram algumas alterações para se tornarem mais indicados para as novas gerações. Pode conhecer melhor esta polémica noutro artigo da NiT.

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