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Meialonga: a nova editora para miúdos quer promover os autores anónimos

O primeiro livro da editora que foi buscar inspiração à Pippi das Meias Altas vai ser distribuído de forma gratuita
O primeiro livro vai ser publicado em janeiro.

Em alguns países, conhecem-na por Pippi Longstocking. No idioma original, a personagem chama-se Pippi Långstrump. Em Portugal, é simplesnente a Pippi das Meias Altas. Foi ela que inspirou o nome da nova editora portuguesa que se foca inteiramente em livros para miúdos. “É uma personagem que transmite todos os nossos valores, como a liberdade, independência, imaginação, criatividade, amizade, resistência e inclusão.”

A Meialonga pertence ao grupo Cordel de Prata e foi oficialmente lançada em outubro, embora as primeiras publicações cheguem apenas ao mercado em janeiro de 2025. “Sentimos que havia a necessidade de criarmos esta plataforma para os livros infantis”, explica à NiT Mário Ferreira, o responsável criativo.

Garante que a empresa não vai apenas vender livros: o objetivo é entrar na casa das famílias e acompanhar o crescimento dos miúdos. Isto porque também haverá um foco extra nos conteúdos online, com vídeos onde são ensinados temas como os números, letras e a necessidade de irem a horas para a cama. “Também vamos mostrar que os monstros que veem não são nada mais do que o candeeiro que os pais deixaram ligado”, brinca. Querem incentivar “as crianças a terem uma formação e cultura desde pequena sobre diversos temas”.

Os pais não serão esquecidos: o site vai partilhar textos de psicólogos especializados que responde a todas as questões que, por vezes, podem ter vergonha de perguntar em voz alta. “É diferente de tudo o que existe no mercado”, garante.

Para criar uma marca “mais imersiva”, a Meialonga encarna uma personagem que interage com os pais e miúdos, principalmente através da caixa de comentários das redes sociais. “O trabalho dele é dar asas à imaginação.” E todos os livros da empresa vão ter um perfume especial e marcadores com diferentes personagens da literatura infantil.

 
 
 
 
 
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A editora vai-se estrear no mercado com “O Livro da Clarinha”, que será distribuído gratuitamente, através do site ou nos eventos especiais em Lisboa e no Porto que a chancela vai organizar em janeiro.

A obra conta a história de Clarinha, uma menina que vive num bairro e cuja vida muda quando vê chegar um rapaz que é diferente dos outros: anda de muletas e acaba por ser posto de parte pelos colegas. A protagonista vai incluí-lo no seu grupo e ajudaá-lo a tornar-se num dos rapazes mais populares da escola.

“Este é um dos grandes valores da Meialonga: ser diferente é bom e é isso que nos distingue. A Clarinha já tem essa visão e aceita as pessoas como elas são”, nota. “A sociedade só funciona se formos diferentes e acrescentarmos algo de novo”.

Entre as novidades da marca estão sobretudo livros de autores portugueses, sejam mais ou menos conhecidos. Os autores anónimos podem assim submeter as suas ideias e textos através de uma plataforma que estará visível e funcional no site. “Queremos que os leitores anónimos que tenham histórias nas gavetas as partilhem connosco. Por vezes há histórias boas que nunca viram a luz do dia e nós queremos trazer sangue novo para o mercado.”

Embora os preços ainda não estejam fechados, deverão começar nos 10€ e não deverão ultrapassar os 15€. Ao longo de 2025 a Meialonga vai lançar “dezenas de livros” através do site e com todos os parceiros tradicionais, como a Wook, Bertrand, Fnac, e também com algumas livrarias mais pequenas especializadas em títulos infantis. “Também é muito importante trabalharmos com elas”, explica.

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