O escritor britânico Martin Amis morreu esta sexta-feira, 19 de maio, vítima de cancro do esófago. Tinha 73 anos.
A notícia foi confirmada pela mulher, a também escritora Isabel Fonseca. Martin Amis morreu em casa, em Lake Worth, na Flórida (EUA).
O aclamado autor publicou 15 livros — entre romances, ensaios e contos — ao longo de quase cinco décadas de carreira. O primeiro, “Os Papéis de Rachel”, foi publicado em 1973. “Sucesso” (1978), “A Seta do Tempo” (1991), “Comboio da Noite” (1997), são apenas outros dos romances que o tornaram conhecido de milhões de leitores.
Entre os seus trabalhos mais aclamados, contam-se as obras da chamada triologia londrina: “Dinheiro” (1985), “Campos de Londres” (1989) e “A Informação” (1995).
O romance “Dinheiro” foi considerado pelo crítico Robert McCrum, do “The Guardian”, como um dos “livros mais marcantes da década de 80” e “um dos 100 melhores romances alguma vez escritos em inglês”.
E acrescentou: “’Dinheiro’ tem um humor selvagem da primeira à última página, e Amis deleita-se a esbanjar vernáculo anglo-americano contemporâneo”.
Há cinco anos, em 2018, “London Fields” chegava às salas de cinema. Dirigido por Mathew Cullen, com argumento de Roberta Hanley e Martin Amis, era baseado no romance homónimo do escritor (“Campos de Londres”, de 1989).
O filme protagonizado por Amber Heard e Billy Bob Thornton foi um fracasso comercial, mas voltou a dar que falar em 2022. Tudo devido ao mediático julgamento que opôs Johnny Depp a Heard, ex-mulher do ator.
A produção foi abordada numa das mensagens escritas com sangue por Depp. “Com Billy Bob e Amber fácil nos papéis principais”, escreveu numa das paredes de casa, história que pode reler neste artigo da NiT.
A vida do próprio Martin Amis foi também frequentemente esmiúçada pelos tabloides britânicos. A relação com o pai, o escritor Kinglsey Amis — que ganhou o Booker Prize em 1986 com “The Old Devils” — nem sempre foi a mais cordial. As inúmeras polémicas entre ambos foram amplamente discutidas na imprensa durante anos.
Em 2000, Amis publicou o livro de memórias “Experiência”, uma das suas obras mais elogiadas. Nele, aborda a relação complicada com o pai e como lidou com a sua morte. A separação da primeira mulher e mãe dos seus dois filhos, Antonia Phillips, é outro dos assuntos abordados, bem como a descoberta de que tinha uma filha quando esta tinha já 17 anos.
Delilah Seale nasceu do breve relacionamento de Amis com a escritora Lamorna Heath (que era casada, mas estava separada na altura). Heath acabaria por se suicidar apenas uns meses depois do nascimento da bebé e foi Patrick Seale (o marido) que criou Delilah.
