No ano passado, foi “Não há Pássaros Aqui”, do brasileiro Victor Vidal, o grande vencedor do Prémio LeYa. Já esta quarta-feira, 6 de novembro, o troféu foi atribuído ao romance “Pés de Barro”, do português Nuno Miguel Silva Duarte.
A história tem como pano de fundo a construção da primeira ponte sobre o Tejo, em Lisboa, e faz um retrato de Portugal durante os anos 60. São abordadas questões como a formação de um exército proletário para a construção da ponte e as primeiras partidas do exército para a guerra colonial.
“Obra que atualiza a tradição do romance político-social, ‘Pés de Barro’ polariza o seu realismo histórico no quotidiano de um pátio em Alcântara e nas razões de viver dos que nele se acolhem. Através de movimentos com diferentes horizontes de sentido para concretizar esse signo de logro de desastre em que a ponte se construiu, encaminha-se para o anúncio metafórico do 25 de Abril”, descreve a editora.
O Prémio LeYa foi criado em 2008 com o objetivo de distinguir um romance escrito em língua portuguesa, oferecendo aos vencedores um prémio de 50 mil euros. O júri presidido por Manuel Alegre é constituído por José Carlos Seabra Pereira, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Isabel Lucas, jornalista e crítica literária, Lourenço do Rosário, antigo reitor da Universidade Politécnica de Maputo (de Moçambique), Ana Paula Tavares, poeta e historiadora (Angola) e Josélia Aguiar, jornalista e historiadora (Brasil).
“Ao longo de todo o processo de leitura e avaliação, a autoria dos romances é desconhecida. O título do livro vencedor, e respetivo autor, selado num sobrescrito, apenas é conhecido depois de tomada a decisão do júri. O Prémio LeYa, cumprindo um dos objetivos que esteve na base da sua criação, tem possibilitado à LeYa a descoberta de novos autores e a sua promoção nacional e internacional”, acrescenta a empresa.
“Pés de Barro” ainda não foi publicado.
